ATA DA PRIMEIRA SESSÃO
ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA,
EM 03-02-2014.
Aos três dias do mês de
fevereiro do ano de dois mil e quatorze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores
Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna,
Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, Jussara Cony, Kevin Krieger, Márcio
Bins Ely, Mario Fraga, Mauro Pinheiro, Mônica Leal, Paulo Brum, Pedro Ruas,
Professor Garcia, Reginaldo Pujol e Sofia Cavedon. Constatada a existência de
quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram
os vereadores Alberto Kopittke, Alceu Brasinha, Any Ortiz, Cassio Trogildo, Dr.
Thiago, Elizandro Sabino, João Carlos Nedel, João Derly, Lourdes Sprenger,
Marcelo Sgarbossa, Mario Manfro, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Séfora
Mota, Tarciso Flecha Negra, Valter Nagelstein e Waldir Canal. À MESA, foram
encaminhados: o Projeto de Lei do Legislativo nº 361/13 (Processo nº 3265/13),
de autoria do vereador Alberto Kopittke; os Projetos de Lei do Legislativo nos
337, 357 e 399/13 (Processos nos 2923, 3189 e 3520/13,
respectivamente), de autoria do vereador Alceu Brasinha; o Projeto de Lei do
Legislativo nº 393/13 (Processo nº 3511/13), de autoria do vereador Clàudio
Janta; o Projeto de Lei do Legislativo nº 374/13 (Processo nº 3364/13), de
autoria do vereador Delegado Cleiton; o Projeto de Lei do Legislativo nº 258/13
(Processo nº 2241/13), de autoria do vereador Dr. Thiago; o Projeto de Lei do
Legislativo nº 372/13 (Processo nº 3353/13), de autoria do vereador Elizandro
Sabino; os Projetos de Lei do Legislativo nos 376, 384 e 403/13 e o
Projeto de Resolução nº 063/13 (Processos nos 3389, 3434, 3545 e
3551/13, respectivamente), de autoria do vereador Idenir Cecchim; o Projeto de
Lei do Legislativo n º 359/13 (Processo nº 3242/13), de autoria da vereadora
Lourdes Sprenger; o Projeto de Lei do Legislativo nº 387/13 (Processo nº
3463/13), de autoria da vereadora Luiza Neves; os Projetos de Lei do
Legislativo nos 381 e 391/13 (Processos nos 3409 e
3480/13, respectivamente), de autoria do vereador Marcelo Sgarbossa; o Projeto
de Lei do Legislativo nº 390/13 (Processo nº 3477/13), de autoria do vereador
Paulinho Motorista; o Projeto de Resolução nº 054/13 (Processo nº 3271/13), de
autoria do vereador Professor Garcia; o Projeto de Resolução nº 056/13 (Processo
nº 3351/13), de autoria do vereador Reginaldo Pujol; e o Projeto de Lei do
Legislativo nº 386/13 (Processo nº 3447/13), de autoria da vereadora Séfora
Mota. Também, foram encaminhados os seguintes Ofícios, do Prefeito: nº 116/14,
informando que se ausentará do Município das dezoito horas e quarenta e sete
minutos do dia de hoje às vinte e duas horas e quarenta e dois minutos do dia
de amanhã, quando participará de reunião da Frente Nacional de Prefeitos com o
Ministério da Fazenda, em Brasília – DF; e nos 1546/13, 015, 040,
041, 043 e 097/14, encaminhando, respectivamente, os Projetos de Lei do
Executivo nos 058/13, 001, 002, 003, 004 e 005/14 (Processos nos
3568/13, 0143, 0156, 0157, 0172 e 0245/14, respectivamente). Após, foi
apregoado o Memorando nº 001/14, de autoria do vereador Delegado Cleiton,
deferido pelo Presidente, solicitando autorização para representar externamente
este Legislativo, hoje, na solenidade de posse de desembargadores eleitos para
o biênio 2014/2015, no Plenário Ministro Pedro Soares Muñoz, do Tribunal de
Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Do EXPEDIENTE,
constaram: Ofícios nos 039, 044 e 092/14, do Prefeito, encaminhando,
respectivamente, Vetos Totais ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº
013/12 e aos Projetos de Lei do Legislativo nos 016/13 e 153/11
(Processos nos 0604/12, 0513/13 e 3188/11, respectivamente); nos
093, 094, 095 e 096/14, do Prefeito, encaminhando, respectivamente, Vetos
Parciais ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 022/13 e aos Projetos
de Lei do Executivo nos 051, 055 e 046/13 (Processos nos
1932, 3420, 3424 e 3245/13, respectivamente); nº 001/14, do vereador Eugênio
Model Lumertz, Presidente da Câmara Municipal de Dom Pedro de Alcântara – RS
–;nº 001/14, do vereador Francisco Ubirajara Vieira da Silveira, Presidente da
Câmara Municipal de Capão do Leão – RS –; e s/nº, do vereador Valdir da Silva,
Presidente da Câmara Municipal de São Miguel das Missões – RS. A seguir, o
Presidente concedeu a palavra a Sebastião Melo, Vice-Prefeito. Às quatorze
horas e vinte e oito minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos,
sendo retomados às quatorze horas e vinte e nove minutos. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciou-se o
vereador Engº Comassetto, em tempo cedido pelo vereador Alberto Kopittke. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o vereador Paulinho Motorista. Na
oportunidade, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo vereador Engº
Comassetto, solicitando que os vereadores fossem dispensados do uso de terno e
gravata durante as sessões ordinárias a serem realizadas do dia de hoje ao dia
quinze de fevereiro do corrente. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores
Alberto Kopittke, Alceu Brasinha, Mônica Leal, esta em tempo cedido pelo
vereador Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim e João Derly. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Jussara Cony, Márcio Bins Ely, Sofia
Cavedon, Any Ortiz e Fernanda Melchionna. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 1ª
Sessão, estiveram, os Projeto de Lei do Legislativo nos 052 e 185/12,
este discutido pelo vereador Márcio Bins Ely, 280, 364, 367, 368, 371, 373,
377, 378, 129/13, este discutido pelo vereador Alberto Kopittke, 360/13,
discutido pelo vereador Márcio Bins Ely, e 366/13, discutido pela vereadora
Sofia Cavedon e pelos vereadores Márcio Bins Ely e Alberto Kopittke, o Projeto
de Lei do Executivo nº 057/13, discutido pelo vereador Reginaldo Pujol e pela
vereadora Fernanda Melchionna, o Projeto de Resolução nº 061/13. Na ocasião,
foi apregoado o Ofício nº 122/14, do Prefeito, encaminhado o Projeto de Lei do
Executivo nº 006/14 (Processo nº 0279/14). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciaram-se os vereadores Tarciso Flecha Negra, Reginaldo Pujol, Idenir
Cecchim, Bernardino Vendruscolo e Mario Fraga. Durante a Sessão, o vereador Engº
Comassetto manifestou-se acerca de assuntos diversos. Às dezesseis horas e
quarenta e oito minutos, o Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Professor Garcia e Márcio Bins
Ely e secretariados pelo vereador Guilherme Socias Villela. Do que foi lavrada
a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º
Secretário e pelo Presidente.
O SR. PRESIDENTE
(Professor Garcia): Quero dizer, caros colegas Vereadores, da alegria
de hoje recomeçarmos os trabalhos, e desejo a cada um dos senhores e das
senhoras um bom ano parlamentar. Vou precisar, e muito, da ajuda dos senhores e
das senhoras para conduzir os trabalhos nesta Casa.
Quero registrar a presença do nosso Vice-Prefeito,
Sebastião Melo, a quem convido para integrar a Mesa.
Solicito ao 1º Secretário que proceda à leitura das
proposições encaminhadas à Mesa.
(O Ver. Guilherme Socias Villela procede à leitura
das proposições.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Ver. Guilherme Socias Villela. Convido o
nosso Vice-Prefeito, Ver. Sebastião Melo, para fazer uso da palavra.
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Meu caro Presidente, Ver. Professor Garcia, ao
saudá-lo quero estender a saudação do Prefeito Fortunati, a minha saudação e de
toda a nossa equipe aos membros do Poder Legislativo. Acompanha-me aqui o
Secretário Luciano Marcantônio, que também é colegas de vocês.
A nossa primeira manifestação é dizer que nós
tivemos, no ano passado, muita produtividade nesta Casa, muitos projetos, Sr.
Presidente, oriundos dos Vereadores, muitos projetos do Executivo; e tivemos um
regime intensivo no final do ano, e esta Casa respondeu como sempre responde à
Cidade.
Mas eu acho que o papel desta Casa – e vocês sabem
a minha posição – é muito além de produzir leis. As Comissões temáticas desta
Casa produzem, diária e extraordinariamente, resultados positivos para a vida
das pessoas. Nas audiências públicas ficaram algumas pendências, entre elas a
questão do Plano Diretor Cicloviário, do fundo cicloviário, combinado pela Mesa
anterior, pela Mesa que V. Exa. estava assumindo, e, quando esta audiência for
marcada, nós, o Governo, estaremos aqui presentes para responder todas as
questões.
Então, fiz questão de vir aqui, em nome do
Executivo, saudar o início do ano Legislativo, saudar cada um dos Vereadores,
cumprimentar cada um pelo belíssimo trabalho que fazem pela Cidade. Quero
deixar registrado que eu acho que tinha que mudar essa figura do recesso
parlamentar – esse nome não está correto. A gente vê os Vereadores o tempo todo
na Cidade, então é uma coisa que tem que mudar no Brasil. O exercício do
mandato não são só as sessões plenárias, ele é muito mais extensivo do que
isso.
Então,
um abraço muito fraterno a todos, e que possamos construir muitos consensos a
favor da Cidade, porque o grande Partido de cada um, aqui nesta Casa, é, acima
de tudo, a Cidade. Então, especialmente no momento por que estamos passando, um
momento muito delicado na Cidade, muito delicado, eu tenho a absoluta
compreensão, assim como o Fortunati, do papel que esta Casa vai exercer neste
momento, quando cada um vai contribuir para que a gente volte à normalidade de
todos os temas que estão aí postos.
Muito obrigado, Sr. Presidente, e bom trabalho.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Vice-Prefeito Sebastião Melo. Quero
também dizer que o Vice-Prefeito trouxe a esta Casa – recebemos há poucos
minutos – o projeto da nova delimitação dos bairros de Porto Alegre, que
passaram de 71 para 92 bairros. Esse material foi recebido agora, foi
protocolado e vai ficar à disposição de todos os Vereadores. É um projeto que
envolve toda a Cidade, aguardado há muito tempo, um dos motivos pelos quais V.
Exa. está aqui na Casa. Obrigado. Estão suspensos os
trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h28min.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia – às 14h29min): Estão reabertos os
trabalhos. Passamos ao
O Ver. Airto
Ferronato está com a palavra em Grande Expediente. (Pausa.) Desiste. O Ver.
Engº Comassetto está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo
do Ver. Alberto Kopittke.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver.
Professor Garcia, queremos cumprimentá-lo, cumprimentar o Vice-Prefeito
Sebastião Melo, cumprimentar todos os colegas, Vereadores, Vereadoras, nesta
retomada dos trabalhos legislativos.
Agradeço ao Ver.
Kopittke a cedência de tempo. Eu venho aqui à tribuna em nome da minha Bancada
– Ver. Mauro Pinheiro, Marcelo Sgarbossa, Alberto Kopittke e Sofia Cavedon –,
para que iniciemos este ano legislativo fazendo uma reflexão e assumindo
algumas posições às quais o Executivo é responsável por conduzir e o Legislativo
tem que tratar, que é a situação delicada que a cidade de Porto Alegre vive,
que é o tema do transporte público, que deveria ser público e não é tão público
assim.
A nossa Bancada do Partido dos Trabalhadores levou
à Mesa, hoje pela manhã, junto com o colegiado de líderes, a sugestão – a qual
foi trabalhada e discutida por todos e acolhida pelo Presidente – de que esta
Casa Legislativa tem que assumir para si a responsabilidade de tratar, sob o
marco legal, o tema do transporte público de Porto Alegre, porque o Prefeito
Municipal, neste momento, encontra-se em uma situação muito delicada. Por um
lado, a determinação judicial que determina que, em 30 dias, tem que haver a
licitação do sistema; por outro, a intolerância de muitos que fazem parte do
sistema em querer negociar e reconhecer, principalmente os erros que têm no
sistema. A nossa Bancada ofereceu a esse colegiado – isso está em discussão,
inclusive junto com os demais colegas Vereadores – tratar o que acordamos hoje
na Mesa, coordenada pelo Professor Garcia: enfrentar este debate aqui na Casa.
E nós temos um Projeto de Lei – não é um projeto
pontual, não é um projeto que trata do conflito colocado neste momento, porque
o conflito existente na Cidade neste momento é uma consequência da falta da
gestão pública sobre o sistema. E eu justifico aqui o que nós estamos dizendo.
Hoje, o Poder Público Municipal, a Prefeitura de
Porto Alegre, que deveria ser a gestora do sistema, não tem poderes legais ou
estruturais para realizar a gestão, porque foi repassado – sob o nosso ponto de
vista, de uma forma ilegal – para a ATP o gerenciamento de todo o recurso da
bilhetagem eletrônica da cidade de Porto Alegre. Esse recurso não tem
transparência, não está sendo prestado conta dele à sociedade de Porto Alegre;
portanto, quem tem que gerenciar a conta do transporte público – que como o
nome está dizendo, é público, o recurso não é privado – é do Poder Público
Municipal, através do Executivo e da sua esfera pública. Hoje, quem gerencia
esse recurso é a ATP. E a ATP não é uma empresa, é um sindicato. Sr.
Presidente, era como se disséssemos, prezado Luciano Marcantônio, que, a partir
do ano que vem, quem gerenciaria o IPTU da cidade de Porto Alegre seria o
Sindicado dos Municipários de Porto Alegre. Isso é uma incoerência; isso é uma
incongruência política.
Portanto, tratar de outros temas que não sejam do
Município de Porto Alegre, ou seja, o Poder Público retomar a gestão é
paliativo. Neste momento, é paliativo!
Este debate nós teremos que enfrentar; teremos que
enfrentar da forma como discutimos hoje pela manhã com o Líder do Governo: que
seja um tema dos 16 Partidos desta Casa, que seja um tema dos 36 Vereadores
desta Casa.
E aqueles que têm projetos, que apresentaram, como
a nossa Bancada, eles são para construir uma política e uma solução para a
Cidade, porque nós não podemos tratar, aqui, neste momento, de novos subsídios;
novos subsídios só após a transparência da planilha e de onde estão sendo
aplicados esses subsídios. Senhores e senhoras da imprensa aqui presentes, nós
votamos, nesta Casa, em junho do ano passado, a isenção do ISS, representando
2,5% sobre a passagem; 2,5% sobre R$ 2,85, são 7 centavos e 12 avos. Quanto
diminuiu a passagem naquele momento? Cinco centavos. Onde estão os outros 2
centavos e 12 avos de cada passagem? Se fosse numa passagem, tudo bem! Mas
significa aproximadamente R$ 30 mil reais por dia; de 25 a 30 milhões por ano.
Isso poderia ou não poderia estar aumentando a qualidade do transporte público
de Porto Alegre? E a isenção do início do ano passado. A Presidente Dilma,
sensibilizada com todos os movimentos existentes, isentou os tributos que
incidem sobre a folha de pagamento e outros. Não incidiram na passagem de Porto
Alegre.
Portanto, é esse o debate que nós precisamos fazer.
Nós estamos aqui para dizer que mesmo a nossa Bancada, não sendo da situação,
este não é um tema de oposição e situação. Nós queremos, sim, ajudar o Prefeito
José Fortunati a sair desta situação, que é uma situação delicadíssima. A
Cidade não pode ficar refém de um setor que, hoje, é do setor empresarial.
O Sr. Pedro Ruas: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Eu agradeço a V. Exa., Ver. Engº Comassetto.
Somos 16 Partidos, e, portanto, temos, no mínimo, 16 visões
político-ideológicas diferentes na Casa – quando não temos mais, até dentro dos
Partidos –, mas todos nós, juntos, compomos o Poder Legislativo da Cidade. E o
Poder Legislativo não pode fugir da sua missão institucional e histórica de
ser, pelo menos, mediador de um conflito de tais proporções, de tal natureza,
de tamanha gravidade. Então, me parece que a Câmara tem que assumir esse papel
de protagonista da mediação. Se não tem em suas mãos – como não tem – a solução
do conflito, tem a responsabilidade, a capacidade e o dever de mediar esse conflito.
Por isso, faço este registro aqui, em meu nome e em nome da Ver.ª Fernanda
Melchionna, portanto, em nome da Bancada do PSOL, no sentido de que a Câmara
pense exatamente que, neste momento, em Porto Alegre, na capital dos gaúchos,
não há tema mais relevante do que o transporte
coletivo. Para o dia de hoje, para o dia de amanhã e até o final disso, nós
temos o dever – repito – histórico e institucional de nos debruçarmos sobre a
ideia de mediação do conflito.
O SR. ENGº COMASSETTO: Muito obrigado, Ver.
Pedro Ruas. A nossa Bancada saiu muito satisfeita da primeira reunião
coordenada hoje pelo Presidente, Ver. Professor Garcia, na qual nós construímos
um consenso: esta Casa vai enfrentar o tema em dois pilares. O primeiro, que
diz respeito ao Legislativo, é chamar todos os projetos que nós temos para,
conjuntamente, analisarmos, fazermos o debate político e votarmos, dentro dos
acordos construídos e do que for necessário; e o segundo tema é sobre o
conflito aí colocado. A Mesa recebeu, na última semana, os sindicalistas, e já
foi acordado chamar os demais segmentos, como também mandar ao Ministério
Público e ao Tribunal de Contas do Estado que antecipem a emissão do parecer
que foi tirado para o dia 12, porque a Cidade não pode esperar até lá. É um
tema emergencial, e o Presidente está conduzindo o processo neste momento.
Agora, eu volto aqui
a dizer que esse tema, para nós enfrentarmos, não é um tema pontual, mas
estrutural. Se a cidade de Porto Alegre, que é a primeira cidade
brasileira das capitais a ter que dar o dissídio aos trabalhadores, se todo o
ano, em janeiro ou fevereiro, instalar-se esse conflito, isto se reproduz para
as outras capitais. Por falar em capitais, quem tem a responsabilidade, neste
momento, de tratar em nome de todas as capitais junto ao Governo Federal é o
Prefeito José Fortunati – Presidente dos Prefeitos das capitais que enfrenta
este tema. Portanto, senhores e senhoras, esse tema não é fácil, não é um tema
para brincadeiras; é um tema com o qual esta Casa tem o compromisso. No nosso
entendimento, o Poder Público tem que retomar a Gestão do Sistema de Transporte
Público de Porto Alegre, porque hoje tudo o que é pago através da bilhetagem
eletrônica cai antecipadamente numa conta que é da ATP; subsídios caem
antecipadamente numa conta que é da ATP. Aqueles que não utilizam as passagens
de ônibus, que têm 500, 600, tudo fica no caixa da ATP. O que isto reverte para
a qualidade do transporte e para a diminuição da passagem? Ninguém sabe. Quem
tem que ficar com o caixa, controlando esse sistema, é o Poder Público
Municipal.
A Sra. Jussara
Cony: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Comassetto, em
nome da nossa Bancada, Bancada do PCdoB, nós vamos à tribuna, mas gostaria de
aproveitar este momento e contribuir com o importante pronunciamento de V. Exa.
e também dizer da importância da decisão tomada para que nós possamos,
quinta-feira, Ver. Garcia – nossos parabéns a V. Exa. como Presidente – elencar
os principais projetos que tratam do transporte coletivo. E creio – aí é o que
vai, Vereador, ao encontro do V. Exa. está dizendo – que o Prefeito não pode se
omitir das suas responsabilidades, nem transferir para os trabalhadores o caos
que está a cidade de Porto Alegre, o que não é responsabilidade deles, que
estão buscando os seus direitos, inclusive a garantia de que tenham dignidade
profissional. Os trabalhadores da Carris estão cumprindo papel importantíssimo,
na medida que historicamente eles supriam, em determinados momentos, quando
havia greve. Hoje eles não aguentam mais. Nós vamos elaborar isso melhor
depois, no nosso Tempo de Liderança; mas de duas coisas, nós, Vereadores, não
podemos nos furtar; esta Câmara não pode, não vai e nunca se furtou. Acho que o
seu pronunciamento vai muito ao encontro também da nossa responsabilidade de
contribuir com as negociações. Somos oposição; oposição que traz projetos,
oposição que contribui, mas chegou o momento em que nós temos que dizer: “O
Prefeito não pode querer transferir a sua responsabilidade”. Duas coisas:
primeiro, a licitação tem que sair, e a implementação esta Casa aprovou, a da
reforma urbana e, principalmente, a do Plano Municipal de Mobilidade Urbana. A
lei federal nos dá possibilidade. Esse é um instrumento fundamental para a
elaboração do Plano, disciplina a concessão do transporte coletivo, inclusive
as tarifas. Então, quero parabenizá-lo e adicionar essas duas questões em nome
da Bancada do PCdoB.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Ver.ª Jussara, para concluir, venho novamente, em nome da nossa Bancada,
nos colocar à disposição para que possamos enfrentar este tema sob a
coordenação do Presidente. São dois grandes eixos que nós temos trabalhar.
Primeiro, tem que sair a licitação, sim, mas é necessário um marco legal
constituído para dar sustentação, e quem aprova esse marco legal é a Câmara
Municipal. Portanto, o projeto que estamos apresentando traz subsídios para
isso. E o segundo é este das negociações, é este, que, neste momento, é um
conflito, e a Câmara tem que estar retomando e assumindo esse papel como a
mediadora, tem que fazer a interlocução, tem que ajudar nesse debate para que o
diálogo possa ser se estabelecer com plenitude e ouvir todos. Aos colegas
Vereadores e às Vereadoras um bom retorno, um grande abraço e muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Professor Garcia): Obrigado, Ver. Engº Comassetto.
O Ver. Paulinho Motorista está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. PAULINHO
MOTORISTA: Boa-tarde, Presidente, Ver. Professor Garcia; nosso sempre Prefeito,
Ver. Villela, com muito respeito; demais Vereadores, pessoal que nos assiste
nas galerias, pessoas que nos assistem em casa, estamos preocupadíssimos com a
situação que Porto Alegre está enfrentando, porque nos preocupa muito a
população que está passando por essa dificuldade, porque, com certeza, foi a
população que nos elegeu e nos trouxe a este mandato na Câmara.
Como eu sempre digo, a cada ano que passa, quando
chega perto do dissídio é sempre a mesma coisa: os empresários querem dar
aquela porcentagem, empurrando goela abaixo 2,3% e não estão nem aí para a
classe dos rodoviários, uma classe sofrida que fica à disposição das empresas
desde às 7h da manhã até altas horas da noite, chegando em casa às 21h, 22h,
estressados com a família, com esses intervalos, com a situação do banco de
horas, em que as folgas são dadas quando eles bem entendem. Ver. Valter
Nagelstein, se o senhor tem horas adquiridas e pedir uma folga amanhã, eles não
vão lhe dar, eles vão dar quando eles não precisarem do seu serviço, lá por
sexta-feira, segunda-feira. Essa classe tem a responsabilidade do trânsito,
qualquer batidinha o motorista tem que pagar, porque a empresa coloca o motora
na pressão para pagar, apesar de ser uma ferramenta do seu próprio trabalho, e
não é justo.
Eu trabalhei por 24 anos como motorista de ônibus e
sempre pedindo aquelas seis horas, que nunca vieram a acontecer. Com certeza,
os empresários hoje deixaram a situação na mão dos rodoviários e da população
que está sofrendo sem os ônibus em Porto Alegre. Isso não é justo! O empresário
nunca quer ceder, ele está sempre tranquilo. Quem sofre é a população e os meus
parceiros rodoviários que estão na luta por um salário digno, por qualidade de
vida. A população também quer um transporte coletivo de qualidade. Nessa semana
passada, protocolei o meu projeto para que haja ar-condicionado no transporte
coletivo. A população viaja Lami/Belém/Novo/Restinga durante 1h40min, 1h50min
dentro de um ônibus, no sol, sem ar-condicionado, muitas vezes passando mal, o
motorista tendo que parar para atender aquele passageiro.
A minha categoria está reivindicando um salário
justo, nada mais do que isso. Com certeza, eu acho que os empresários têm que
ceder. Agora eles ficam empurrando um para cima do outro e a categoria e a
população fica esperando. Acho que os empresários têm que ceder essa
porcentagem mínima que os empregados estão pedindo. E não adianta atirar o
rodoviário para cima do passageiro, passageiro para cima do rodoviário. Nós
aqui, 36 Vereadores, estamos para defender a Cidade, para que a Cidade
continue, Ver. Cecchim, como estava, passando por momentos tranquilos, até
acontecer esse dissídio. Todo dissídio é a mesma coisa e o ano que vem vai ser
a mesma coisa, quando chegar perto do dissídio, vocês podem esperar que os
empresários vão trancar o aumento e vai acontecer a mesma coisa que está
acontecendo neste ano.
Como Vereadores, vamos trabalhar juntos, aqui não
tem oposição, não tem situação; aqui tem trinta e seis Vereadores, seres
humanos, que pensam no bem-estar da população de Porto Alegre. E assim vamos
lutar até o fim para que tudo se normalize, para que a minha categoria consiga
o seu aumento digno e justo, e a população continue com o seu transporte cada
vez mais de qualidade, que é o que precisamos em Porto Alegre. Um abraço a todos
os Vereadores, e obrigado por estarem aqui presentes, de novo, neste ano de
2014. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. ENGº
COMASSETTO: Presidente, duas questões: a primeira eu quero sugerir a V. Exa. que,
neste período em que estamos no “Porto Forno Alegre”, possamos trabalhar sem o
paletó. Uma sugestão que já fizemos em outros momentos porque está muito
quente. E a segunda, eu queria entregar a V. Exa., bem como o Paulinho acabou
de fazer um pronunciamento, a nossa Bancada protocolou uma emenda ao projeto,
colocando que os trabalhadores de Porto Alegre, do sistema rodoviário,
motoristas e cobradores, tenham um regime de 36 horas. Isto pode ser da Lei
Municipal, estivemos analisando, e estamos sugerindo uma emenda para poder ser
analisada, e é um dos pontos que pode ajudar a acabar com a greve, também.
Muito obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Vereador, em relação à sua postulação, e os
Vereadores todos me sinalizando com a cabeça que sim; estão todos autorizados a
ficar sem o paletó. E podemos até estabelecer que isso fique até o final do
horário de verão, que é daqui a duas semanas.
Passamos às
COMUNICAÇÕES
O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra em
Comunicações.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Aproveitando o ensejo, já tirei o paletó, agradecido ao nosso
Presidente.
Inicio aqui desejando a todos um ano muito
produtivo, um ano de muito trabalho, um ano em que possamos manter nossos
debates no campo das diferenças de ideias, como a democracia pede. Começamos o
ano de forma quente não só em termos da natureza, mas em termos políticos
também, especialmente em relação ao problema do transporte coletivo de ônibus
em Porto Alegre, que não é um tema novo. É importante lembrar que esse tema da
discussão sobre o transporte público teve início há um ano. No dissídio do ano
passado, a Cidade já parou, a Cidade já teve um grande impasse, os movimentos
de juventude pelo passe livre se avolumaram, tiveram suas vitórias. Então, é um
tema que já deveria ter sido, inclusive, de melhor forma mediado ao longo do
ano. O que não é possível é, a cada fala do Prefeito, ser colocada gasolina
nesse problema.
Quero aqui prestar solidariedade à instituição do
Prefeito, porque este é um momento de crise, e nós temos que nos unir enquanto
Parlamento e Executivo. Não é um momento de disputas menores; essas nós faremos
assim que a greve acabar. Este é um momento de união, de busca de saídas, e é
por isso que a nossa Bancada acaba de protocolar um projeto que acabaria com a
greve, eu tenho certeza. Nada mais é do que o cumprimento de um acordo coletivo
feito na Justiça do Trabalho – se eu não me engano, já nos idos de 2005, Ver.ª
Sofia Cavedon – que determinou que a carga de trabalho dos rodoviários baixasse
de oito para seis horas. “De que forma seria feito”
diz o acordo, reduzindo 10 minutos a cada ano até chegar nas 6 horas. O
problema é que o Prefeito Fogaça suspendeu esse acordo coletivo e parou o seu
cumprimento em 7 horas e 20 minutos, que é o que nós temos hoje. Então, nós
temos uma oportunidade aqui, sim, de avançar em uma pauta concreta que acabaria
com a greve. Porque não é verdade que nós temos um impasse na Cidade, em que
teríamos, Ver. Brasinha, duas partes iguais, em que os dois estariam um pouco
certos e um pouco errados. Não é verdade que isso esteja acontecendo na Cidade;
um lado está coagindo a Cidade, um lado está chantageando a Cidade, um lado
está tornado esta Cidade refém, que são os empresários do transporte público,
que têm a sua bancada aqui – e é legítimo que tenham; eu não estou aqui apontando
nenhum demérito moral. O Ver. Villela destaca que não é ele. Não há nenhum
demérito, é legítimo que alguns defendam os trabalhadores, outros, os
empresários, isso é democrático. Eu não estou fazendo nenhuma ilação moral, são
posições políticas que precisam ser ditas aqui, porque nós não conseguimos
nesta Casa avançar na pauta do transporte público. No ano passado, foi o grande
tema do País, e esta Casa a nada respondeu. E temos projetos de vários
Vereadores, temos um projeto do Ver. Valter Nagelstein, projetos do PSOL,
projetos da nossa Bancada. Vários Vereadores aqui têm projetos sobre o tema.
Esta Casa precisa enfrentar o assunto!
O estudo do TCE diz
que, com as isenções dadas pela Presidenta Dilma, o lucro dos empresários, que
já atinge em alguns casos 20%, aumentou ano passado; em vez de reduzir a
passagem ou subir o salário dos trabalhadores, que era o objetivo das isenções,
essas isenções aumentaram o lucro e baixaram a qualidade! É isso que tem que
ser enfrentado pelo Prefeito! É isso que esta Casa tem que enfrentar: esse
oligopólio que dominou a Cidade e precisa ser enfrentado agora com o apoio das
ruas! Todos venceremos se tivermos essa coragem, a firmeza de enfrentar aqueles
que estão deixando a nossa cidade de Porto Alegre refém. Então, eu espero
realmente que este ano a Casa já mostre para a Cidade que veio decidida,
mostrando determinação para enfrentar privilégios em prol dos direitos dos
cidadãos de Porto Alegre. Se fizer isso, o Prefeito terá o nosso apoio, se não
terá aqui a nossa mobilização em prol dos direitos e não dos privilégios.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª
Jussara Cony está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras, Srs. Vereadores, em primeiro lugar, quero saudar o reinício dos
nossos trabalhos em mais esse ano legislativo, em nome do nosso Presidente,
Ver. Professor Garcia. Também falo da importância que esta Casa teve, inclusive
sob a sua liderança, na participação e no recebimento de várias atividades do
Fórum Social Temático, que nós apresentaremos o relatório numa próxima Sessão.
Hoje, nós queremos
trazer, em nome da Bancada do PCdoB, que temos sido – e isso é inegável – uma
oposição nesta Casa, uma oposição construtiva, uma oposição que traz projetos,
que busca negociar com os trabalhadores, com as demandas, que senta com o
Vice-Prefeito, que faz essa relação com esta Casa. Mas nós somos uma oposição
que, em momentos como esse, também vimos a esta tribuna para dar a nossa opinião,
para buscar solução ao caos e aos problemas que Porto Alegre está enfrentando.
E não é só a questão do transporte coletivo, esse talvez seja o principal
problema neste momento. É um momento delicado, há uma crise administrativa, o
povo de Porto Alegre elegeu o Prefeito, aliás, numa votação recorde, foram
vendidas ilusões. O povo não é o culpado! O povo elegeu no seu legítimo direito
de eleger. Nós participávamos do projeto antagônico, com outra proposta,
liderados pela nossa companheira Manuela. E sabemos da legitimidade de uma
eleição, quando o povo assim o decide. Foram vendidas ilusões, uma cidade
cenográfica, nada a ver com a triste realidade que nós estamos vivenciando um
ano depois. Eu sei que a questão do transporte não é uma coisa de hoje. Eu fui
Vereadora nesta Casa há 30 anos. Nós estamos vivendo um caos, primeiro, porque
a greve dos trabalhadores é justa. Aliás, os companheiros rodoviários da
Carris, porque, historicamente, a Carris, quando havia o estado de greve no
setor privado, pelos interesses dos lucros, os seus trabalhadores supriam.
Hoje, os trabalhadores da Carris não fazem mais isso, estão em greve – justa
greve! – porque há uma falência da gestão do Município em relação a uma empresa
pública importante como a Carris. É questão de inoperância, de incompetência,
alto índice de doenças do trabalho, sucateamento de uma empresa pública, que
está deficitária, uma empresa que é estratégica para ser reguladora, inclusive,
do mercado. Então, todo o apoio também aos trabalhadores rodoviários da Carris.
A nossa Bancada quer
negociação em torno do nosso projeto. A Prefeitura assumiu com os funcionários
da Carris e conosco, vamos votar isso no pacote da negociação para garantir a
conexão da Lei Orgânica do Município e Constituição Federal: a eleição de um
trabalhador para a diretoria das empresas, no caso, da empresa Carris.
O Prefeito Fortunati,
em entrevista à rádio, quis muito passar para os empresários, para os
trabalhadores... Em relação aos empresários, é isso, todos sabemos: é o lucro,
existe interesse patronal na permanência da greve. Claro que existe! É um
elemento para pressionar o reajuste, aumenta o lucro dos lotações – que em
grande parte também os empresários são donos. No entanto, existe, sim, a
legítima reivindicação do trabalhador rodoviário, massacrado por péssimas
condições laborais. E é isso que os trabalhadores estão dizendo.
O que querem os
rodoviários? Adicional de risco de vida, plano hospitalar para si e para a sua
família.
Nós temos que
trabalhar para um desfecho vitorioso da greve. Nós temos que trabalhar – nós,
esta Câmara, a sociedade – em favor da imediata abertura de negociação para
superar o impasse, para construir um sistema público de transporte coletivo.
O Prefeito não pode
se omitir das suas responsabilidades. Não pode! A política federal, a lei
federal e a política do plano de mobilidade urbana oferecem – eu já disse
quando fiz um aparte ao Ver. Comassetto – instrumentos para absorção, para a
elaboração do plano; disciplinam a concessão, as tarifas. É essencial colocar
esse plano – e nós temos o nosso plano –, aliás, aprovado nesta Casa por 800
pessoas que participaram, lideranças da comunidade que participaram, Delegados
da 5ª Conferência Municipal...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Alceu
Brasinha está com a palavra em Comunicações.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver.
Professor Garcia; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, senhores das galerias, eu
venho a esta tribuna, meu amigo Vereador, doutor e advogado Reginaldo Pujol,
porque sei a dificuldade que o povo de Porto Alegre está enfrentando. Quando o
Ver. Engº Comassetto esteve na tribuna dando a solução para o Prefeito...
Porque a gente sabe que lá em 1989 vocês fizeram a verdadeira vergonha nesta
Cidade, deixando, literalmente, todas as empresas quebradas. Não deu certo.
Então, o caminho certo eu acho que não é por aí. O Prefeito jamais vai fugir da
sua responsabilidade, Ver. Kevin; em hipótese alguma, porque é um Prefeito que
demonstra transparência e responsabilidade nos seus atos.
Senhores, o Ver.
Reginaldo Pujol e eu, Ver. Idenir Cecchim, estudamos o Estatuto do Torcedor.
Constatamos que em nenhum momento fala sobre a venda de álcool nos estádios,
Ver. Kevin. Há uma lei estadual, de autoria do Dep. Miki Breier, que é muito
genérica. Nós acreditamos que o Município pode legislar sobre bebidas de álcool
em estádios. Por que isso, Ver. Kevin? V. Exa. sabe, pois é frequentador de
estádios também, que acontecem os grande problemas porque os torcedores todos
deixam para entrar no último minuto; ficam bebendo nos bares do entorno dos
estádios ou tomando bebidas vendidas por ambulantes. Então, se proibir, tem que
proibir tudo. Porque eles se embebedam antes de entrar nos estádios e aí
acontecem verdadeiras tragédias, verdadeiros tumultos, porque querem entrar
para ver o jogo. Qualquer um de nós que vai a jogo de futebol sabe que acontece
isso na beira do estádio, na Arena, no Beira-Rio, enfim, no Rio Grande todo quando
se vai a uma partida de futebol. Então, estou apresentando uma lei... Porque
essa lei, FIFA, pode. Por que a FIFA vem aqui, manda, e vão vender bebidas de
álcool no estádio, Ver. Sabino, Ver. Paulinho Brum? Então, meus amigos, estou
apresentando essa lei hoje à tarde, com o amparo jurídico do nosso querido
amigo Pujol, que me deu uma orientação, e do nosso Procurador da Casa. Então,
senhores, vou apresentar essa lei porque não é possível a FIFA vir aqui e dizer
que pode vender tudo que é bebida de álcool dentro do estádio – vai acontecer
lá no Beira-Rio –, aí nós pagarmos o mico de deixá-los vender aqui e depois
chegar aqui e dizer que o Município não pode legislar. Pode, sim senhor. Pode,
porque eu já consultei vários advogados, várias autoridades com expertise nesse assunto. Então, quero
dizer aos senhores que a partir de hoje nós vamos ter um debate sobre venda de
cerveja, chope, nos estádios. Vamos ter que analisar muito bem porque é
importante para a Cidade. Ver. Cecchim, o senhor que foi Secretário da SMIC,
sabe quantos ficam ali no pátio do Grêmio tomando bebida alcoólica, aí, cerca
de dez minutos antes do jogo, dá aquele tumulto, querem entrar, e é aí que
acontecem os problemas. Meus amigos, a bebida não leva... O cara que vai beber
chega antes, senta no seu assento...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede tempo para término do
pronunciamento.)
O SR. ALCEU BRASINHA: ...Para concluir, Sr. Presidente, quero agradecer aos senhores Vereadores,
pedir o apoio da minha bancada, do meu líder, Ver. Cassio Trogildo, do Ver.
Paulo Brum, do Ver. Elizandro Sabino, do Ver. Roni Casa da Sopa, Vereador da Tinga, para contar com vocês neste debate, que é
importante para a Cidade, para o comércio, porque os estádios dão muito emprego.
Ver. Kevin, conto com o seu apoio.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Márcio
Bins Ely está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Presidente, Ver.
Professor Garcia, na pessoa de V. Exa. quero cumprimentar os demais Vereadores
e Vereadoras, o público que nos assiste nas galerias e pela TV Câmara. Senhoras
e senhores, venho a esta tribuna, em liderança pelo meu Partido, que damos
início aos trabalhos após o recesso, sob a administração do Ver. Professor
Garcia, num momento bastante tumultuado da Cidade, e, em nome da nossa Bancada,
dos Vereadores Nereu, Thiago e Mario Fraga – o Ver. Delegado Cleiton está
representando a Casa na posse do Presidente do Tribunal de Justiça –, para trazer
aqui algumas considerações a respeito também dessa situação que envolve o
transporte coletivo em Porto Alegre e que preocupa a todos. Hoje nós tivemos
uma reunião bastante extensa, de quase três horas, da Mesa Diretora, e alguns
encaminhamentos pertinentes foram deliberados. Acredito que realmente nós
podermos dialogar com o Tribunal de Contas, com o Ministério Público de Contas,
pedindo para que uma decisão seja tomada antes do dia 12 – é algo que deve ser
considerado, pois acho que o dia 12 está muito longe, em função de todo o caos
que se instalou na Cidade. A proposta encaminhada pelo Ver. Idenir Cecchim, de
fazermos essa visita ao Tribunal de Contas, é oportuna e necessária. Nós não
temos tempo para aguardar até o dia 12, urge um encaminhamento de solução.
Também quero
cumprimentar o Ver. Waldir Canal, que sugere que – a exemplo do Governo
Federal, por iniciativa da Presidente Dilma, e com a coragem do nosso Prefeito
Fortunati e com o apoio desta Casa, conseguiu-se reduzir o valor da passagem,
Ver. Paulo Brum, de R$ 2,85 para R$ 2,80 – o Governo do Estado faça um gesto de também
reduzir o imposto. Então, nós já deliberamos que vamos ao Governo do Estado
pedir que ele faça esse gesto também e que nos auxilie nesta situação.
Nós recebemos, a Mesa e demais lideranças, na
sexta-feira, uma representação do Sindicato, mas parece que hoje ocorre mais
uma rodada de negociação na Justiça do Trabalho entre as empresas e o
Sindicato, e precisamos tentar fazer um meio de campo para que se possa afinar
o violão com a gaita e resolver esta situação.
Também não é possível que se admita o
descumprimento de ordens judiciais. Então, dentro deste contexto, precisamos
saber como vamos nos posicionar. A Câmara recebe, hoje, o Vice-Prefeito, às
17h30min, e vamos ver de que forma também podemos contribuir para essa
situação.
Hoje, o Vice-Prefeito Melo esteve conosco, às
13h30min, junto com o Secretário Cristiano, protocolando a versão final do
Projeto Administrativo do Executivo da Consolidação das Leis de Bairro de Porto
Alegre. Esse é um debate que vem ocorrendo há muito tempo na Cidade. Na
realidade, é um debate que vai sempre existir, desde a fundação do primeiro
bairro até os dias de hoje, dialogando com o futuro, pois a Cidade não é
estática, ela vai estar sempre em transformação. Mas acredito que avançamos
muito nessa pauta da consolidação das leis de bairro. São mais de dez novos
bairros propostos, superando algumas situações de divisão de equipamentos
públicos, metade em um bairro, metade em outro, e em algumas áreas da Cidade
que inclusive nem tinham denominação de bairro, que eram partes anominadas da
Cidade. Trago como exemplo a sugestão de divisão do Jardim Itu Sabará, a
criação do Morro Santana, a criação da Vila Isabel, em Ipanema, Ver.
Comassetto. Eu quero dizer que nós aprovamos, no ano passado, a criação de uma
comissão especial para acompanhar esse projeto de lei e eu gostaria,
Presidente, de, o quanto antes, instalarmos esta comissão. Acho que é oportuno
fazer mais uma rodada de audiências públicas, porque foram mais de uma centena
de contribuições, desde aquela primeira rodada que fizemos, na condição de
Secretário do Planejamento, e, agora, depois de reunido o Conselho do Plano
Diretor, vem uma nova versão alterando aquela inicial e também a situação
atual. Então, a comissão que envolve bairros, limites, CEPs, endereços,
correspondências, eu acredito que a Câmara tem uma contribuição importante a
dar, e vamos estar à frente desse processo com muita empolgação e vigor.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Ausente. A Ver.ª Mônica Leal está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Guilherme Socias Villela.
A SRA. MÔNICA
LEAL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, funcionários,
imprensa, boa-tarde, muito bom estar de volta no início de um novo ano
legislativo, que espero, do fundo do coração, seja produtivo para a cidade de
Porto Alegre, sem ranços ideológicos, sempre pensando no cidadão, que é a
pessoa em questão.
Eu ouvi atentamente todos os que se manifestaram,
também participei da reunião de líderes hoje pela manhã e resolvi usar a
tribuna para esclarecer alguns pontos. Sempre digo que sou uma Vereadora que é
jornalista e, por vezes, fico preocupada com o que se diz nesta tribuna, o que
pode ser interpretado de forma equivocada por aqueles que nos assistem na
televisão. Todos nós, Vereadores e Vereadoras desta Casa, estamos preocupados
com esse acontecimento marcante da Capital, que é a greve dos rodoviários,
prejudicando frontalmente todos os trabalhadores, somado, também, a falta de
autoridade que reina no nosso País. Isso é visível, é uma crise de autoridade,
sim. E isso me preocupa, pois, afinal, quem é que vai pagar essa conta? Ora, a
população de Porto Alegre! Mas é importante que se diga, desta tribuna, que o
Prefeito de Porto Alegre tem trabalhado diuturnamente em prol da população de
Porto Alegre. E tenho, sinceramente, uma opinião muito pessoal, e a faço com
muita segurança, no sentido de que essa já é uma questão de segurança nacional.
Algo tem que ser feito e com urgência. Nós chegamos a uma greve de 100%, o que
descumpre uma decisão judicial, e ainda vemos gestores do Estado e do Município
completamente impotentes. Ora, aí eu escuto, claro que com toda a boa vontade
dos meus colegas, que nós é que precisamos fazer alguma coisa, que existem
projetos que dizem respeito ao transporte público que precisam ser votados! Mas
eu pergunto: esses projetos não iriam interferir na licitação, considerando que
estão trabalhando para a redução da passagem? É claro que sim. Não é a solução
imediata. Nós temos que ter muito cuidado quando ocupamos a tribuna para passar
aos cidadãos porto-alegrenses que nós não estamos pensando em trazer esses
projetos simplesmente porque não queremos, mas porque temos consciência que
eles não são solução imediata e que interfeririam, que criariam, sim, óbice na
licitação.
O Sr. João
Carlos Nedel: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento da
oradora.) Ver.ª Mônica, efetivamente, V. Exa. tem razão. Nós temos que administrar
esse assunto com muita responsabilidade, pois não queremos ter, novamente, uma
herança para o povo pagar, como foi o plus
tarifário, de infeliz memória. Obrigado.
A SRA. MÔNICA
LEAL: Obrigada, Vereador. Em poucas palavras, o senhor resumiu todo o meu
discurso. Era isso o que eu queria dizer. Nós não podemos, de forma alguma,
fazer discursos políticos, usar palanque – eu sei que o ano é eleitoral; nós
temos que ter muita responsabilidade, acima de ideologias políticas, de siglas
partidárias.
É claro que existe uma divisão interna no Sindicato
dos Rodoviários. Os cidadãos de bem estão privados do seu direito básico de ir
e vir; e nós, os Vereadores desta Cidade, precisamos ter muita responsabilidade
neste momento. Portanto, quando falamos sobre projetos para trazer à Câmara, é
importante pensarmos se esses mesmos projetos, neste momento, não atrapalhariam
essa licitação que está por vir dentro de 30 dias. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra em Comunicações.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, fico feliz em vê-los
novamente, retornando à Câmara de Vereadores, num dia em que se tem muito
trabalho, mas, perto do trabalho que a população de Porto Alegre está passando
para poder trabalhar, nós podemos dizer que somos privilegiados. Eu passei na
Zona Norte, pela manhã, para ir até a minha empresa e para voltar, e vi muitas
pessoas com a esperança de conseguir algum tipo de transporte para poderem
trabalhar. Realmente, nós estamos vivendo dias difíceis, a população de Porto
Alegre vive dias muito difíceis. Eu acho que temos não só que torcer, que
trabalhar, mas também rezar um pouquinho para que as partes cheguem a um
denominador. Eu fico feliz, Ver. Bins Ely, que os colegas tenham acatado a
minha sugestão de pedir ao Tribunal de Contas para antecipar esta decisão. Eu
já falei, na semana passada, sobre isso aqui na tribuna, e volto a afirmar:
tanto o Tribunal de Contas quanto o Ministério Público de Contas poderiam fazer
um mutirão para antecipar esse relatório, aí não teriam mais desculpas. Vai-se
saber como é feito o cálculo, como é que o Tribunal de Contas acha que está
certo ou determine que está certo, ou que está errado, e que a negociação se
faça a partir daí, objetiva, sem mais desculpas, sem mais culpados. Então,
vamos, em cima desses números, fazer o cálculo definitivo do que é e do que não
é justo, para que a população possa trabalhar. A população não está pedindo
favor nenhum, quer ônibus para trabalhar, e, em contrapartida, as empresas
também precisam desses trabalhadores, pois já estão sendo prejudicadas, e
muito. O comércio está prejudicado enormemente, está iniciando o Liquida Porto
Alegre, mas já se sabe que neste fim de semana as vendas ficaram pela metade,
as pessoas não vão até o Centro, não andam na Cidade porque não têm ônibus.
A Sra. Lourdes
Sprenger: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador Cecchim,
as suas colocações como as demais que foram feitas recentemente vêm ao encontro
do meu protocolo, feito na semana passada junto à Mesa Diretora, para que
tenhamos uma Comissão para acompanhar toda essa atuação da greve, porque como
somos o Legislativo, aqui é decidido tudo que é relativo ao transporte
coletivo.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Cumprimentos, Vereadora, pela sua iniciativa. Eu acho que nós temos em
Porto Alegre um momento ímpar para o qual os Vereadores todos devem fazer um
esforço enorme, tirando o estrelismo, a demagogia, tirando o ano eleitoral;
acho que agora é o momento de os 36 Vereadores somarem-se para uma solução, se
não definitiva, que ajude, no momento, as pessoas que estão sofrendo, as
empresas que estão tendo prejuízo. Os trabalhadores rodoviários e os patrões
vão acertar a parte trabalhista, eu estou preocupado é com o transporte para a
população de Porto Alegre, que precisa e tem que ser facilitado. Não é possível
que se fique fazendo ou torcendo ou prometendo milagres – eles não acontecem –,
nada cai do céu! A última coisa que caiu do céu e deu para alimentar alguém foi
o maná, que veio do céu e alimentou pessoas. Depois desse advento, não fiquei
sabendo de nada mais que tivesse caído do céu, de graça. Então, cabe a nós
todos, Legislativo, Executivo e ao próprio Judiciário fazermos algo. Aliás, não
adianta a nossa Desembargadora do Trabalho dar multa, porque eles não vão
pagar. Então, que faça alguma coisa, que faça coerção, multar para esse
sindicato não dá mais. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. João Derly está com a palavra em
Comunicações.
O SR. JOÃO
DERLY: Boa-tarde, Sr. Presidente, Ver. Professor Garcia; demais Vereadores;
público nas galerias, satisfação em retornarmos os trabalhos. Nesse período de
Comunicações, também gostaria de tratar do mesmo tema: Porto Alegre está
parada, e, casualmente, em dias muito quentes – há mais de cem anos não
ocorriam temperaturas tão altas. Mais de um milhão de pessoas têm sofrido com a
greve no transporte, dependem do ônibus e estão prejudicadas com a crise no
sistema de transporte público da nossa Cidade. Os trabalhadores têm que pagar a
tarifa de R$ 4,20 do lotação ou têm que pegar um táxi, isso afeta muito os
trabalhadores. E nessa situação não podemos fazer jogo de empurra-empurra como
temos visto. Os trabalhadores fazem greve por melhores condições, isso é justo,
nós sabemos disso, estão buscando os seus direitos, estão buscando melhores
condições, assim como os empresários estão defendendo os seus interesses. E
quem defende o interesse público? O interesse do trabalhador, o interesse de um
transporte público de qualidade? É o Poder Público, é a Prefeitura, que deixou
a situação chegar nesse ponto caótico, no qual um serviço tão importante está
sem licitação há tantos anos. Por isso, nos somamos às responsabilidades desta
Casa esta situação. Enquanto Bancada, em meu nome e da Ver.ª Jussara Cony, nos
somamos para que votemos nesta Casa projetos que atendam essa demanda.
Para finalizar, gostaria de falar de outras áreas
que têm sofrido com a falta de responsabilidade do Poder Público da nossa
Cidade. Os trabalhadores da saúde do Município de Porto Alegre estão em greve,
buscando algumas questões: insalubridade, melhores condições de trabalho,
aumento de recursos humanos. E, mais uma vez, o nosso carnaval corre o risco,
com o Complexo do Porto Seco interditado, de deixar os carnavalescos e a
população refém da inoperância da nossa Prefeitura. Então, nós não podemos nos
conformar, neste momento de crise, de dificuldades que a nossa Cidade tem
sofrido, responsabilizando-nos a votar, resolver, sim, essa situação com a
rápida licitação para os ônibus. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Ver. João Derly.
A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Professor
Garcia, Presidente desta Casa, a quem desejo um ano excelente, a quem parabenizo, já o fiz na Mesa em
Liderança, já sentimos mudanças na gestão da Casa: desburocratização, atenção
com ação dos Vereadores. Neste primeiro mês, quero parabenizá-lo e dizer que
conte com a Bancada do Partido dos Trabalhadores para todas as ações que vierem
aprofundar a democracia e atender a sociedade com mais presteza. Nós, Ver.
Mauro Pinheiro, que está aqui conosco no plenário, temos certeza que os rodoviários
pedem respostas muito mais complexas e sérias das que nós vimos até então
colocadas na cidade de Porto Alegre numa greve que já dura oito dias. Por que
digo que querem respostas mais complexas e sérias? Primeiro, porque a greve
inicia num acordo, aparentemente, como historicamente acontecia, com a ATP, a
Associação dos Transportadores. O próprio Prefeito se manifesta nesse sentido.
A tranquilidade do início da greve nos dá essa ideia. Enganou-se quem achava
que seria como das outras vezes: uma pequena mobilização, um acordo sobre o
aumento da passagem e terminaria a mobilização dos rodoviários. Mas o contexto
é outro, senhores e senhoras. O Brasil inteiro debateu e se levantou em relação
ao transporte público – neste País que faz inclusão social, que leva os jovens
para a universidade, que tem 5% de desemprego –, que virou o grande drama do
trabalhador. O trabalhador, nas grandes cidades, demora horas se deslocando
para o trabalho, porque as grandes cidades também estabeleceram a lógica da
exclusão, da moradia do mais pobre longe do Centro; portanto, há necessidade da
movimentação da massa de trabalhadores nas suas cidades. Os trabalhadores, os
jovens vêm se manifestando por melhoria e qualidade do transporte público.
Por outro lado, durante todo o ano passado, a
comissão dos rodoviários pararam em vários momentos, junto com a mobilização
nacional, mas também houve paradas específicas da Carris em função da sua
gestão, que foi muito desastrosa, infelizmente. A Carris está com déficit, com
prédios inacabados. A comissão dos rodoviários ensejou paralisação. A tentativa
de demissão de funcionários, a falta de banheiros adequados para os
rodoviários; a falta de ar-condicionado; a queda da qualidade dos ônibus; a
terrível exposição dos rodoviários; a pressão da superlotação – tudo isso
organizou os rodoviários de maneira diferenciada. Hoje, eles têm uma autonomia
que não é autonomia, que não é a lógica de um sindicato que muitas vezes era
pelego e servia para reajuste da passagem. Portanto, as respostas têm que ser
mais complexas.
Na semana passada eu acompanhei a reunião de
negociação no TRT e me espantei, porque a Prefeitura apenas enviou técnicos
para acompanhar, não investiu na negociação. E era o quarto dia de greve, e dia
de greve geral, todos os ônibus tinham ficado nas garagens. A ATP, que viu que
não ia levar do jeito que sempre levou, foi para lá com a arrogância de dizer
que só negociaria quando todos os ônibus estivessem na rua, trabalhando. É
óbvio que os rodoviários, em plena mobilização, no topo da mobilização, sem
nenhuma negociação, não iam aceitar as imposições da ATP.
Então, senhores, não basta a pressão do dia
seguinte, da sexta-feira, Ver. Cecchim, em que o debate era só: por que a
Brigada Militar não abre os piquetes? Este era o debate do dia inteiro da
sexta-feira. Não, o Governo do Estado foi firme nesse sentido. Isso é uma
negociação salarial, não tem crime, ilegalidade; agora, tem prejuízo para a
população de Porto Alegre.
As pautas dos rodoviários são pautas importantes. A
tarefa desta Casa, para dar conta dessas pautas, a relação do custo do
transporte com o salário digno, são pautas que dependem de maior transparência
e de controle de gestão da Prefeitura. É por isso que nós estamos insistindo
que a Casa faça a sua parte. E já está tendo boas iniciativas, Presidente – eu
quero elogiar – de diálogo, mas nós precisamos encaminhar novos instrumentos
para ter controle sobre a gestão e o custo da passagem em Porto Alegre, para a
Prefeitura ter controle, para a população ter controle dessa gestão. A nova
licitação tem que sair num mês. Esta Casa precisa organizar um trabalho de
estudo, de acompanhamento para compor a nova licitação, já com novos mecanismos
de controle; E esse é o nosso projeto, uma das contribuições que o PT trouxe a
esta Casa, que é o fundo público, a bilhetagem pública, um Comtu mais equânime.
Nós estamos propondo 36 horas de trabalho. A
jornada de trabalho, os tabelões, 40 horas, tudo é impraticável para motoristas
e cobradores. Está na hora de transformar a sua vida um pouquinho melhor e
maior dignidade, e nós não teremos greves dessa natureza e desse tamanho,
prejudicando tanto a cidade de Porto Alegre.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Any Ortiz está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. ANY
ORTIZ: Boa-tarde a todos, Vereadores, Vereadoras. Eu queria, primeiramente,
cumprimentar os colegas Vereadores. Desejo um ótimo início do ano a todos;
muitos Vereadores, durante o recesso, como bem disse o Vice-Presidente
Sebastião Melo, acredito que não fizeram recesso, porque nos encontramos muito
pela Cidade e aqui na Câmara.
E também não poderia deixar de falar a respeito da
greve dos ônibus. Nós, Vereadores, temos a responsabilidade de tentar também
mediar essa situação. Concordo absolutamente com o Ver. Idenir Cecchim, que
solicita ao Tribunal de Contas uma antecipação do exame das planilhas. É
fundamental, para que executemos a licitação, que ela saia – sim, é uma
exigência da população de Porto Alegre, eu acredito que tenha que ter a
licitação, não tem mais como conduzirmos a questão do transporte público sem a
licitação – com os dados claros, numa planilha onde fique estabelecido o lucro
das empresas. E eu, como empresária, não sou contra o lucro das empresas, mas
são empresas de concessão pública, e esses lucros devem ser tabelados e
respeitados.
Hoje, quando vamos a um supermercado e pegamos a
nota fiscal, dá para ter uma ideia do quanto pagamos de imposto por produto; já
está claro. Por que a nossa planilha é tão difícil de entender? Por que a
planilha e quanto estamos pagando não está claro toda vez que entramos no
ônibus e pagamos a passagem?
Há empresas que transportam 150 mil passageiros/dia
em Porto Alegre. Eu não consigo acreditar em prejuízo dessas empresas e na
dificuldade de atender as condições mínimas de trabalho que são exigidas.
Algumas empresas – e aqui a Carris pode ser usada como exemplo – têm ar-condicionado
na maior parte dos ônibus da sua frota. Por que as outras empresas não têm
ar-condicionado e a condição dos bancos é precária? Nós vemos ônibus sujos!
Então, não tem como manter uma frota adequada para receber uma população, como
colocou o nosso colega Paulinho Motorista, que vem do Lami até o Centro da
Cidade, em quase duas horas dentro de um ônibus. Não tem como sentar no banco
do ônibus, porque ele está imundo! Nós temos que continuar nessa busca para que
o Tribunal de Contas não entregue no dia 12 a planilha analisada. Essa planilha
pode ser entregue muito antes, e nós, Vereadores, podemos utilizar uma tabela
transparente para que todos saibam o que é lucro, o que é custo. Junto com o
Executivo, poderemos elaborar a melhor forma dessa licitação, para melhorarmos,
cada dia mais, as condições do transporte público em Porto Alegre. O comércio
ficou prejudicado, os trabalhadores estão prejudicados, e, daqui a uns dias,
começam as aulas. A gente não pode mais continuar nessa situação de caos que
foi instalada na cidade de Porto Alegre. Como colocou a minha colega, a Ver.ª
Mônica Leal, as pessoas não têm o mínimo direito, garantido
constitucionalmente, de ir e vir. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
(O Ver. Márcio Bins Ely assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Márcio Bins Ely): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, público que nos
acompanha, eu venho a esta tribuna, mais uma vez, debater a situação da greve,
a situação do transporte coletivo na cidade de Porto Alegre, e dizer que, por
um lado, nós estamos vivenciando a irresponsabilidade que foi a gestão, ao
longo dos anos, na cidade de Porto Alegre, em que o sistema de transporte
funciona, conforme auditoria do Tribunal de Contas, há 60 anos, sem licitação.
Sabendo que a Constituição de 1988 defende a concessão de qualquer serviço
público por meio de licitação, e a lei federal é de 1993, nós, eu e o Ver.
Pedro Ruas, sempre – inclusive na nossa ação popular, que, junto com a
mobilização dos jovens, no ano passado, garantiu a redução da tarifa em Porto
Alegre – utilizamos a data dos 25 anos, pela marca imposta, no bom sentido, a
prerrogativa prevista, melhor palavra, na Constituição Federal, na Lei de
Licitações de 1993 e depois em posterior legislação municipal. É um absurdo o laissez-faire das empresas de transporte
público em Porto Alegre, que, ao longo dos anos, ganharam sempre aumentos
abusivos, acima da inflação, e os trabalhadores rodoviários que, na prática,
perderam salário e perderam direitos. Os gráficos do DIEESE são claros: em
1994, um salário de motorista comprava 1.184 passagens de ônibus; em 2013,
compra menos de 700 passagens, somado à sobrecarga de trabalho, através do
banco de horas, que faz com que o trabalhador, muitas vezes, passe 13 horas do
seu dia em função do trabalho pelas enormes jornadas impostas aos trabalhadores
rodoviários. E nós sabemos que a irresponsabilidade dos empresários, escondidos
na sua malandragem de não negociar com a categoria dos rodoviários, e a omissão
sucessiva do Governo leva a uma situação em que não há resolução para a greve
dos rodoviários da nossa Cidade. Agora, está acontecendo a mediação no TRT. Eu
acabo de ouvir na rádio que os empresários não apresentaram nenhuma
contraproposta! Nenhuma contraproposta em relação ao sistema de transporte
coletivo da nossa Cidade. Então, somado à auditoria do Tribunal de Contas do
Estado, que deixa claro que houve milhões e milhões de reais, Ver. Pedro Ruas,
de lucros ilegais obtidos pelas empresas de ônibus, que mostra um faturamento
de quase R$ 500 milhões em 2011, que mostra que, ao mesmo tempo em que a
planilha prevê 6% de margem de lucro, algumas empresas lucraram 19% às custas
da nossa população e dos salários arrochados dos trabalhadores rodoviários.
Algumas empresas tiveram lucro de 13%, 15%, enquanto a população paga um preço
alto pelo transporte com a qualidade sendo piorada dia após dia, seja pela
ausência de condicionadores de ar, seja pelas frotas que não são adaptadas às
pessoas portadoras de necessidades especiais, seja pelas longas esperas nas
filas dos ônibus por que passa a nossa população. E essa obra, essa auditoria
do Tribunal de Contas do Estado não deixa dúvida de que é fundamental que haja
um controle público sobre o transporte coletivo. Todos vocês sabem a nossa
defesa do transporte cem por cento público, mas a Justiça, o Desembargador
Roberto Canibal, determinou a abertura de licitação em até, no máximo, 30 dias.
Nós queremos parabenizar o Desembargador pela sua decisão, mas é o mínimo
diante do sistema de transporte que funciona há 25 anos na ilegalidade, por
fora de qualquer parâmetro, sequer contrato existe no sistema de transporte em
Porto Alegre, ao mesmo tempo em que a população sofre com essas condições e os
trabalhadores têm os seus direitos atacados sistematicamente. Então, eu queria
deixar registrada a nossa posição, de que a culpa da crise em que vive o
transporte coletivo hoje em Porto Alegre é da ganância dos empresários e da
omissão do Prefeito Fortunati.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Márcio Bins Ely): Obrigado, Ver.ª Fernanda. Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC. Nº 3254/13 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 360/13,
de autoria do Ver. Delegado Cleiton, que proíbe a venda de artigos que
contenham na sua composição o metal cádmio, tais como adereços de bijuteria,
por estabelecimentos comerciais, vendedores autônomos, formais ou informais, e
camelôs.
PROC. Nº 3393/13 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 377/13,
de autoria do Ver. Idenir Cecchim, que denomina Avenida Dr. Telmo Kruse o
logradouro público cadastrado conhecido como Avenida 737 – Loteamento Parque
Empresarial Condor –, localizado no Bairro São João.
PROC.
Nº 0627/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 052/12, de autoria do Ver. Bernardino
Vendruscolo, que institui o Cadastro Municipal para Denominação de Logradouros,
para ser utilizado por empreendimentos de construção que requererem a abertura
de ruas, praças, avenidas ou outras categorias de logradouros.
PROC.
Nº 2567/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 185/12, de autoria do Ver. Professor Garcia, que
institui as academias de ginástica ao ar livre no Município de Porto Alegre e
dá outras providências.
PROC.
Nº 1375/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 129/13, de autoria da Verª Luiza Neves, que
determina que o atendimento prestado pelo Centro de Referência e Atendimento à
Mulher Vítima de Violência – CRAM – seja disponibilizado 24h (vinte e quatro
horas) por dia, todos os dias.
PROC.
Nº 2462/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 280/13, de autoria da Verª Luiza Neves, que
obriga os estabelecimentos públicos que prestam serviços de saúde a dispor de 1
(um) intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras).
PROC.
Nº 3292/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 364/13, de autoria da Verª Mônica Leal, que
declara de utilidade pública o Centro de Recuperação e Inserção Social do
Dependente Químico Novos Horizontes CNH.
PROC.
Nº 3302/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 366/13, de autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa, que
altera a ementa e inclui § 6º no art. 1º e arts. 3º-A e 4º-A na Lei nº 10.337,
de 28 de dezembro de 2007, determinando o plantio de árvores nos locais dos
quais forem removidos os postes que sustentam as atuais redes de infraestrutura
e dispondo sobre os projetos de expansões viárias.
PROC.
Nº 3303/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 367/13, de autoria do Ver. Delegado Cleiton, que
denomina Oliveira Silveira a estação de integração da Bacia Operacional Centro
do Projeto Sistema BRT – Bus Rapid
Transit – , localizada no Terminal Parobé.
PROC.
Nº 3304/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 368/13, de autoria do Ver. Airto Ferronato, que
concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao senhor Ludendorfe Xavier.
PROC.
Nº 3341/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 371/13, de autoria do Ver. Elizandro Sabino, que
declara de utilidade pública o Instituto Lojas Renner.
PROC.
Nº 3361/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 373/13, de autoria do Ver. Guilherme Socias
Villela, que institui o Cadastro Municipal de Pessoas com Anemia Falciforme.
PROC.
Nº 3399/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 378/13, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
denomina Osório Teixeira Rodrigues o logradouro público cadastrado conhecido
como Rua 7028 – Loteamento Residencial Moradas do Sul.
PROC.
Nº 3475/13 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 061/13, de autoria do Ver. Paulinho Motorista, que concede o Diploma
Honra ao Mérito ao senhor Resoni Nunes da Silva.
PROC.
Nº 3506/13 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 057/13, que altera o § 1º e inclui inc. IV no §
3º do art. 1º, altera os incs. I e II e os §§ 1º, 2º, 3º, 4º, 5º, 6º e 7º do
art. 3º, o caput e os §§ 1º, 2º e 3º
do art. 4º, o art. 5º, o parágrafo único do art. 6º, o art. 7º, o art. 8º, o
art. 9º, o caput do art. 10 e o art. 11, e inclui anexo III e revoga o
inc. III do art. 3º da Lei nº 8.896, de 26 de abril de 2002, que dispõe sobre a
instalação de estações rádio bases e equipamentos afins de rádio, televisão,
telefonia e telecomunicações em geral no Município de Porto Alegre e dá outras
providências, dispondo sobre conceituações dos equipamentos empregados na
telefonia móvel, a localização e instalação desses equipamentos e sobre os
procedimentos administrativos para o licenciamento ambiental.
O SR.
PRESIDENTE (Márcio Bins Ely): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir a Pauta.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, na discussão
preliminar de Pauta há vários projetos que trazem questões da nossa atividade
de organização urbana na cidade de Porto Alegre, como restrições à venda de
determinados produtos, cuidados sobre o tema das árvores, que é sempre a nossa
polêmica. É uma Cidade que cresce, que preserva muitas árvores, e sempre há
polêmica sobre esse tema. Esse é um dos temas que certamente abrirá o ano de
2014 – o debate aqui da conformação do Parque Gasômetro. Nós não queremos a
retirada das últimas seis ou sete árvores. Nós achamos que o projeto pode, Ver.
Bernardino, flexibilizar mais uma vez e, de fato, construir o parque desejado.
Aqui o Ver. Sgarbossa determina o plantio de árvores nos locais dos quais forem
removidos os postes que sustentam as atuais redes de infraestrutura e dispondo
sobre os projetos de expansões viárias. É bem bacana a ideia, muito parecida
com a do Idenir Cecchim, que retirou os postes e planta uma árvore, Vereador?
(Pausa.) Muito bem, o Ver. Idenir Cecchim tem uma ideia sobre o aeromóvel, que
se retire e em cada pilar plante uma árvore. Então, eu acredito que, sim, a
Cidade está vivendo um calorão que nunca viveu. Estamos todos desconfortáveis.
Agora vocês imaginem as comunidades da periferia da cidade de Porto Alegre,
onde as pessoas sequer conseguem um ventilador, vivendo as condições de
enfrentamento do mosquito, de ratos, de cheiro de esgoto, nesse calorão
insuportável que a Cidade está vivendo. A cidade de Porto Alegre não é pior – é
uma das Capitais onde houve a maior temperatura do País, num dia desses –
porque preservamos árvores, Ver. Brasinha. Infelizmente, não é assim em toda a
Cidade; infelizmente, a periferia da Cidade não tem um tratamento ambiental e
estético que mereceria ter.
Quando cheguei nesta Casa, pensei num projeto de
plantio de árvores frutíferas, mas me dei conta de que esta lei já existe; é
uma lei de autoria do Ver. Luiz Braz, de muitos anos atrás, Ver. Márcio Bins
Ely. Infelizmente, é uma lei que não pegou, referente a um percentual
importante de árvores frutíferas plantadas nesta Cidade.
Não vemos mais, infelizmente, educação ambiental.
Sei que não adianta plantar árvores se não houver um trabalho continuado de
cuidado e de preservação, e não se vê um investimento sério, profundo e
continuado de plantio, especialmente na periferia de Porto Alegre. Todas as
iniciativas são muito bem-vindas, mas acho que este olhar para a periferia tem
que acontecer. Não é porque é periferia – dizia um psicólogo, no Fórum Mundial
de Educação, que vivenciamos em Canoas, agora na terceira semana de janeiro –
que tem que ser feio, é que tem que ser sujo, é que tem que ser um lugar onde
pode ter lixo em tudo que é canto e um lugar onde não haja um tratamento
estético de calçada e de arborização. Estamos equivocados neste tema, enquanto
gestores historicamente da Cidade – não é uma crítica pontual.
Ainda nesta Pauta, quero chamar a atenção para a
emenda que colocamos nos projetos em tramitação, essa emenda das 36 horas para
os rodoviários. Esta pauta da jornada de trabalho de 6 horas é uma pauta que
nós gostaríamos que fosse apropriada pela nova licitação dos ônibus, porque a
licitação, agora, vai se precipitar. O Prefeito afirmou que vai cumprir os 30
dias.
Desde 2011, está prometida a licitação. Todos
lembram – eu era Presidente da Câmara – que o Cappellari veio pelo menos em
duas oportunidades: em Comparecimento e numa audiência pública, prometendo a
licitação dos ônibus, pelo debate que fizemos durante o ano inteiro nesta...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: ...Encerro dizendo que a nova licitação está determinada pela Justiça,
já deveria ter sido colocada na rua, mas não dá para ser uma licitação que
repita o que está aí. Precisamos dar um passo adiante. A nossa Bancada está
propondo uma comissão especial, que esta Casa organize imediatamente, para
discutir o transporte, num prazo curto, para olhar a licitação, fazer
sugestões, pois entendemos que as 36 horas têm que compor a nova licitação,
porque rodoviário não aguenta o regime de trabalho ao qual está submetido hoje.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Márcio Bins Ely): Apregoo o PLE nº 006/14. (Lê ementa do Projeto.)
Este Projeto vai consolidar os bairros de Porto Alegre.
O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. TARCISO
FLECHA NEGRA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, quero saudar que o ano de 2014 seja de muito trabalho e muita
justiça. Vou entrar no tema do transporte, pois eu não poderia deixar passar em
branco a posição do PSD e a minha posição. Acho que o mais lesado nisso tudo é
o povo. E o Ver. Brasinha sabe que os pequenos empresários são lesados também
porque eles não têm como pagar a passagem dos seus funcionários e acabam não
podendo abrir o seu estabelecimento. Ontem, na RBS TV, vi que uma senhora teve
que pagar R$ 8,00 para vir trabalhar, pois, se não vem, perde o emprego. Então,
quem é o lesado nisso tudo? É esse povo sofrido. A posição do PSD, a minha
posição, é sempre pelo povo. Não sou contra empresários, não sou contra
governo, a minha posição aqui dentro da Câmara é uma posição só. Sou
independente e vim aqui para os bons projetos da nossa Cidade. Esta é a minha
posição dentro da Câmara de Vereadores e será assim enquanto for Vereador.
Quero parabenizar o
Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, o Dr. Antônio Geraldo da Silva, da ABP –
Associação Brasileira de Psiquiatria – pela parceria. E gostaria que filmassem
este projeto, através desta camiseta (Mostra camiseta). Quero agradecer também porque
esta é a minha bandeira, agradecer ao Barcos, aos jogadores do Grêmio que lá
estiveram. É importante, Cecchim. Esta é minha bandeira, é o meu segmento:
essas crianças. O sonho da bola no campo é o sonho verdadeiro! Assim foi o meu
sonho quando criança: um craque com a bola, um sonho sem cachimbo!
Quero parabenizar o
Barcos e os demais jogadores do Grêmio que lá estiveram e que cederam a foto
para todos os jornais, incentivando essa luta. Segundo a fala do psiquiatra,
Dr. Antônio, são cinco anos, no máximo dez anos, que o crack leva para destruir o usuário. E não só destrói o sonho dessas
crianças, desses jovens, desses adolescentes, Fernanda, como destrói a família.
A gente vê irmão matando irmão, pai matando filho, filho matando pai. Isso é um
horror, gente! Nós estamos debaixo de uma tempestade! Estamos na garganta do
diabo! E todos nós somos responsáveis por isso. Assim como nós, Vereadores,
somos responsáveis também – eu me culpo – pelo problema do transporte, o nosso
povo não aguenta mais sofrer! Vamos fazer uma reflexão grande, porque esse povo
não merece mais ser lesado, ter essas decepções enormes, pessoas tão humildes
que querem trabalhar, que querem construir esta Cidade e este País e, às vezes,
são trancadas. Isso se chama privação de liberdade! Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Márcio Bins Ely): Obrigado, Ver.
Tarciso Flecha Negra.
O Ver. Reginaldo
Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, neste primeiro dia
do presente ano legislativo, nós temos em Pauta, nada mais nada menos, do que
15 projetos de lei, sendo que um deles, o Processo nº 3506/13, de origem do
Executivo, PLE nº 057/13, que altera vários dispositivos da legislação hoje vigente
e que se situa alterando e modificando a legislação que dispõe sobre a
instalação de estações radiobase e equipamentos afins de rádio, televisão,
telefonia e telecomunicações em geral no Município de Porto Alegre e dá outras
providências, dispondo sobre conceituações dos equipamentos empregados na
telefonia móvel, a localização e instalação desses equipamentos e sobre os
procedimentos administrativos para o licenciamento ambiental. É evidente, neste
dia em que com toda a naturalidade o enfoque desta tribuna tem sido os temas
relacionados com a greve geral do transporte coletivo da Cidade, que nós
sintamos a necessidade de explicar a quem nos ouve que neste período de
Discussão Preliminar de Pauta não se fala de outro assunto a não ser aqueles
alinhados com os projetos que aqui foram colocados em discussão preliminar. Sem
nenhum demérito, Sr. Presidente, com tudo que já foi dito, inclusive nesta
Casa, muito antes pelo contrário, acentuando a relevância do que já foi dito,
eu quero assinalar que também este projeto de lei de origem Executiva apresenta
características que não podem ser ignoradas por esta Casa. Entre as quais o
fato de ele estar altamente permeado pelo trabalho exaustivo realizado por uma
Comissão Parlamentar de Inquérito que ocorreu aqui na Casa, que ofereceu, ao
final e ao cabo, um Relatório que teve algumas pequenas colocações – Relatório,
que eu digo e saliento, do Ver. Engº Comassetto –, e que foi acolhido em grande
parte pela Comissão que elaborou esse projeto de lei de origem do Executivo. É
uma matéria relevante, diz respeito ao nosso cotidiano. Vale, de certa forma,
em proporção diferenciada, é óbvio, como o problema que está sendo vivido hoje,
duramente, pelos usuários do transporte coletivo de Porto Alegre, e que
poderia, um dia, ser programa daqueles usuários do sistema de telecomunicações,
hoje instalado na cidade de Porto Alegre, especificamente, a telefonia celular
e a fixa, sem falar com a transmissão de dados e com a Internet, que alimente a
comunicação geral nesta Cidade.
Por isso, Sr.
Presidente, eu queria saudar esse quadro, a forma como foi construído esse
projeto, e dizer que, obviamente, vamos nos debruçar sobre ele, procurar o
melhor das nossas contribuições para que breve, muito breve, a Casa possa
festejar a adaptação da sua atual legislação à modernidade que, sem colocar de
lado dispositivos legais que são recomendáveis na sua manutenção, evolui na
modernidade e traz algumas alterações, que, sabidamente, serão utilizadas, e
bem, pelas empresas concessionárias de serviço público, mas que os grandes
beneficiários haverão de ser, Ver. Cassio, os usuários do sistema, que são
objeto da nossa atenção...
O SR. PRESIDENTE (Márcio Bins Ely): O Ver. Reginaldo Pujol prossegue a sua manifestação, a partir deste
momento, em Comunicação de Líder.
O SR. REGINALDO PUJOL: Para aí, então,
liberado do compromisso de me ater exclusivamente aos assuntos da Pauta, eu não
fugi do debate que aqui se instala acerca do movimento paredista que a Cidade está
vivenciando, que experimentou durante toda a semana que passou e que prossegue
nos dias de hoje.
Quero deixar muito claro – ainda hoje, no período
de Liderança, tive a oportunidade de assim me manifestar – que não é do meu
feitio me valer do oportunismo das situações específicas do cotidiano para
sobre ele me manifestar e com ele buscar captar a simpatia pelos meus
pronunciamentos. Não, antes ao contrário, não sou homem de cortejar o
pronunciamento fácil. Mas, no momento, é extremamente complicado, com a
autoridade de quem, desta tribuna, há muito tempo, vem dizendo que há o
equívoco de apreciação no processo de transporte coletivo da Cidade, quando se
discute valores, quando, em verdade, teria que, fundamentalmente e
prioritariamente, se discutir critérios, especialmente os de financiamento do transporte
coletivo, hoje sobrecarregados em cima do usuário, que arca e contribui
financeiramente com os valores necessários para uma série de isenções que têm
crescido ano após ano e que, hoje, representam, em termo de custo, algo
parecido com 30% do valor da tarifa do serviço realizado em Porto Alegre.
Por isso, nessa disposição que a Casa demonstra de
se debruçar sobre este tema com a intensidade devida, procurando contribuir
para encontrar a sua equação para o problema, eu me integro com uma postura
muito pessoal, muito coerente e muito adequada dos posicionamentos que tenho
dito até o presente momento, na certeza de que não é na simplicidade dos
argumentos de alguns e não é exclusivamente dessa discussão entre estatismo e
iniciativa privada – tema sobre o qual eu tenho posição muito firme e declarada
– que nós vamos encontrar solução para esse problema altamente desagradável que
vive a Cidade e que é suportado duramente pela comunidade mais carente da nossa
Cidade, aquela que é dependente do transporte coletivo.
Por isso, Sr. Presidente, ao concluir essa
intervenção, que tem como objetivo fundamental não permitir que a omissão seja
a característica da nossa postura nesta Casa no dia de hoje, o que não seria,
de modo nenhum, a manutenção de um comportamento, que é e sempre foi muito
incisivo e inclusivo, eu venho à tribuna para dizer que, com bom-senso, e,
sobretudo, com muita racionalidade, ingresso nesse debate de corpo e alma, com
a firmeza das minhas posições e na certeza de que todos nós podemos, sim, se
avaliarmos bem os quantitativos que estão em jogo, construir com inteligência e
sabedoria belos caminhos pelos quais transitarão a solução para esse tão
delicado problema que está a afligir a comunidade porto-alegrense, muito
especialmente os usuários do transporte coletivo. Obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Márcio Bins Ely): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, Ver.ª Sofia, eu
estava com um calorão enorme aí, e o Ver. Comassetto que, aliás, está com o
visual de barba parecido com o do José Genuíno, não sei se foi uma homenagem,
mas está muito bem a barba do Vereador... Mas eu estava esperando que a Ver.ª
Sofia, Ver. Brasinha, dissesse que o culpado desse calor todo é o Prefeito!
Tudo é culpa do Prefeito! Tudo que dá errado, nesta Cidade, é culpa do
Prefeito!
Mas eu acho que todos querem a licitação!
Principalmente, aqueles que não a fizeram! Interessante isso: os que mais
querem a licitação são aqueles que não a fizeram! E, olha, tiveram tempo para
fazer! Tiveram tempo! Mais tempo, mais tempo! E cada vez que eu disse tempo,
são quatro anos: quatro, mais quatro, mais quatro, mais quatro: não fizeram,
não se coçaram para fazer isso! Ao contrário! Eles é que fizeram o atual
sistema! No atual sistema é a ATP quem faz o controle dessas passagens todas, e
isso foi feito na época do nosso Ver. Comassetto. Está me dizendo o Ver.
Brasinha que são 5.844 dias – tem facilidade para contas o Ver. Brasinha, que
pode ser chamado de Malba Tahan, o
homem que calculava.
Todos nós queremos fazer essa tal de licitação.
Agora, eu vejo a emenda da Bancada do PT querendo 36 horas para os motoristas,
e eles querem colocar isso na licitação. Eu estou muito preocupado com a
Bancada do PT, que quer elevar o valor da passagem para R$ 10,00 em Porto
Alegre. Ver.ª Fernanda, enquanto todo mundo quer baixar o preço das passagens,
a Bancada do PT quer levantar. E, do jeito que as coisas desandaram, eu sei que
é difícil descontar o ICMS. Agora, eu assisti a duas entrevistas com o
Governador Tarso Genro, sendo que, em uma, ele disse que o Governo do Estado
não tinha que se meter com a relação trabalhista. Aliás, a Brigada Militar de
Porto Alegre só aparece quando as coisas estão destruídas. Depois que
destruíram os ônibus, o Governador deu entrevista dizendo que aquilo era crime,
mas a Cidade toda sabia que o crime ia acontecer, todos sabiam que os ônibus
iam ser depredados, se não tivesse a proteção da Brigada. E, agora – antes
tarde do que nunca –, o Governador reconhece que é necessária essa proteção.
Não é proteção para os ônibus e nem para os empresários dos ônibus, mas para a
população de Porto Alegre. Ou ele acha que Porto Alegre não pertence ao Rio
Grande do Sul? Com esse ar de paisagem que ele anda fazendo ultimamente, com as
depredações, com tudo, ele acha que Porto Alegre não o elegeu... É verdade que
ele e o PT perdem eleições em Porto Alegre, mas isso não tira a
responsabilidade de o Governador Tarso Genro cuidar da população da Cidade.
Muitas pessoas votaram, e outras tantas não votaram nele, mas ele é Governador
de todos os gaúchos, e eu respeito a figura e reconheço a autoridade do
Governador. Os gaúchos precisam exigir que o Governador cuide da Cidade, porque
ele não está cuidando, está tirando o corpo fora, e a Brigada não aparece.
Olha, a Brigada é composta por homens excelentes, de boa vontade, trabalhadores
e honestos, mas são tão honestos, competentes e obedientes que eles obedecem à
ordem do Governador, e o caos está solto em Porto Alegre.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Professor Garcia reassume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. MÁRCIO
BINS ELY: Presidente Professor Garcia, na pessoa de V. Exa. cumprimento os
Vereadores, Vereadoras, público que nos assiste nas galerias, na TVCâmara,
senhoras e senhores. Nesta tribuna, no Período de Pauta, quero fazer menção a
dois Projetos que tramitam em primeira sessão. O primeiro deles, do meu colega
de Bancada Ver. Delegado Cleiton, PLL nº 360/13 que proíbe a venda de artigos
que contenham na sua composição o metal cádmio, tais como adereços de
bijuterias, por estabelecimentos comerciais, vendedores autônomos, formais e
informais e os camelôs. Até consultei o Dr. Thiago antes de vir para a tribuna,
porque parece que esse metal pode desenvolver doenças como o câncer, enfim.
Então, eu acho que é oportuno, em que pese ainda haver pesquisas de maneira
preventiva, que nós possamos regulamentar essa situação da venda de produtos
que utilizem esse metal, em Porto Alegre. Quero cumprimentar aqui o Ver.
Delegado Cleiton por esta iniciativa. Também quero fazer menção aqui ao PLL nº
185/12, que é de autoria do Presidente, Ver. Professor Garcia, que institui as
academias de ginástica ao ar livre em Porto Alegre e dá outras providências.
Quero dizer que em 2006, Ver. Nereu, tive a oportunidade de ser Secretário de
Esportes, e realmente, Porto Alegre é dotada de muitas praças, parques, espaços
públicos coletivos e, inclusive, na sua formatação, dialogando com o futuro,
nos empreendimentos novos, sempre se reserva um espaço de praça, um espaço de
lazer, muitas vezes uma quadra poliesportiva. E a inclusão social através do
esporte é algo que realmente combate as drogas – e hoje a nossa juventude tem
um problema terrível que assola a nossa sociedade, que é o crack. Então, tudo aquilo que se fizer no sentido de incentivo ao
esporte, à cultura, ao lazer... O esporte também agrega, disciplina,
hierarquiza. Então, quero cumprimentar aqui o Ver. Professor Garcia, porque
realmente essas ginásticas ao ar livre proporcionam saúde e bem-estar às
pessoas que têm oportunidade e tempo de se exercitarem. A gente espera que este
projeto pegue, Vereador, e que mais academias sejam instaladas na nossa Cidade
de maneira progressiva.
Quero também aqui fazer menção à manifestação da
Ver.ª Sofia Cavedon, que, no período de Pauta, falou a respeito do projeto de
lei de autoria do seu colega de Bancada, o Ver. Sgarbossa, que trata do plantio
de árvores. Realmente, nós precisamos incluir na agenda positiva da Cidade as
preocupações com o meio ambiente. E quero aqui usar o termo sustentabilidade,
porque temos o compromisso com o desenvolvimento, com a geração de emprego e
renda, com o progresso da nossa Cidade, mas não podemos comprometer a qualidade
de vida das futuras gerações. Então, todas as iniciativas que versem aqui no
sentido de dar guarida à conscientização ambiental – a programas de plantio de
árvore, a tudo aquilo que vier a somar com o meio ambiente – eu acho que nós
devemos aqui, como Poder Legislativo Municipal, afiançar, avalizar, assinar
junto e estar emparceirados com esse tipo de projeto de lei. Então, quero
cumprimentar aqui o nosso colega Sgarbossa. Até, esses dias, eu brinquei com
ele, foi na sexta-feira, Ver. Kopittke. Nós chegávamos para a reunião com o
Sindicato dos Rodoviários, Ver. Kevin, e o Sgarbossa chegava de bicicleta,
mesmo com o calor de 40º. Aí ele amarrou a bicicleta dele nas bicicletas dos
assessores e disse: “Olha, agora os meus assessores só saem depois que eu sair,
porque eu fui o último a chegar, então estou prendendo a bicicleta de todo
mundo aqui”. Nesse sentido fizemos a brincadeira ainda no período de recesso.
Foi aquela reunião – a Ver.ª Fernanda acompanhou também – a respeito dessa
preocupação que assola a todos, para que seja dada uma solução urgente nessa
questão do transporte público, a Cidade clama por isso, para que possamos resolver...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver.
Bernardino Vendruscolo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, quero aproveitar esse período
de Liderança para falar sobre um assunto, assunto esse que poderia ter sido
tratado em Pauta – e aproveitando também que o colega Márcio foi Secretário da
SMOV, assim como o Cassio Trogildo –, que é objeto do PLL nº 052/12, Projeto
esse que foi protocolado em março de 2012 e que está ainda em discussão de
Pauta. Ele tem uma questão técnica que podemos conversar e corrigir, se assim
entender a Diretoria Legislativa, para o bom andamento do referido Projeto. O
assunto diz respeito ao seguinte: quando um loteador adquire uma grande gleba
de terra, Ver. Engº Comassetto, V. Exa. que mora na Zona Sul de Porto Alegre,
onde temos muitas obras de grandes condomínios, por força da necessidade são
abertas ruas onde há o desmembramento dessa gleba – provisoriamente, essas ruas
recebem denominações, A, B, C, D, ou 1, 2, 3, 4 –, quando do encaminhamento do
memorial descritivo, lá no Registro de Imóveis, as unidades já são definidas e
recebem uma matrícula, e, na prática, passa o tempo, e aqui nesta Casa, nós,
parlamentares, uns mais outros menos, acabamos propondo nomes. Pelo nosso
jargão do dia a dia “fulano fará um projeto dando o nome da rua, do
logradouro”. Ocorre que as unidades que lá foram construídas já têm uma
matrícula no Registro de Imóveis, então, o que acontece? Todos os particulares, depois, por
necessidade de uma legislação posta hoje aqui na Capital, têm que
individualmente ir ao Registro de Imóveis acertar. O que nós queremos com esse
Projeto? Que se crie um cadastro para logradouros, para que, quando o
empreendedor, ou construtor protocolar esse projeto no órgão, nas secretarias,
ou na secretaria correspondente, já venha o nome definitivo do logradouro, para
não trazer alguns contratempos que ocorrem hoje. Em Porto Alegre, nós temos
ainda grandes condomínios, e eu cito o Condomínio Cidade Jardim, na rua Fábio
Araújo Santos, uma rua registrada, que foi nominada aqui por esta Casa, em
cujos imóveis constam outros nomes de rua: “acesso número tal”. E os particulares,
para resolverem isso, ao longo dos anos, vêm agindo individualmente: pegam a
lei, tiram cópia dessa lei, e protocolam no Registro de Imóveis, pagando uma
taxa de forma individual. Olha, gente, isso é extremamente desgastante. E é um
assunto que já foi debatido aqui, pois nós temos um outro projeto, que já virou
lei, já foi aprovado e sancionado, que trata mais ou menos do mesmo assunto.
Nós precisamos resolver isso, porque isso traz uma série de desconforto para
quem compra o imóvel, além de interessar, ser altamente interessante para os
registradores de imóveis. Esses, sim, acabam tendo, não por vontade deles, uma
carteira a receber a longo prazo.
Então, o nosso projeto busca dar uma condição ao
empreendedor, quando protocolar o projeto, fazendo o desmembramento das áreas e
nominando as ruas, no sentido de que ele já saia de lá com o nome definitivo.
Claro que alguém vai dizer: “mas ninguém pode trocar o nome de rua?” Pode. Mas
aí eles têm consciência de que vão ter custo. Porque aqui é muito comum o
pessoal dizer “vamos trocar o nome da rua tal”, mas esquece de combinar com os
moradores da rua, que, depois, para atualizar os seus imóveis, vão ter que
gastar individualmente. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Caros colegas, como todos sabemos, o tempo de Pauta é muito importante
para que nós possamos debater aqueles projetos que estão iniciando a sua
tramitação aqui na Casa. Eu vi aqui, como os colegas já citaram, vários
projetos relevantes, como o projeto do meu colega Marcelo Sgarbossa.
Também quero elogiar, independente dos debates que
tenhamos tido no ano passado, um projeto da Ver.ª Luiza Neves para a manutenção
do Centro de Referência de Atendimento à Mulher, ou seja, para que ele continue
atendendo às pessoas, fique aberto 24h por dia.
Mas eu não posso me furtar, aqui, no uso das nossas
atribuições funcionais, de falar e pedir, já que estamos tratando do processo
legislativo, que, da forma mais urgente possível, Presidente Garcia, com quem
eu tive a honra, ao longo desse mês de janeiro, de partilhar a
Vice-Presidência, tive a honra, inclusive, de ocupar essa cadeira por três
dias... Desejo-lhe também um ótimo ano, muito profícuo, de muito trabalho.
Como a Ver.ª Sofia Cavedon já apontou, é visível a
mudança do ritmo da Casa. Eu já vi aqui várias obras que estavam meio pelos
cantos, todas elas já estão em funcionamento, com pessoas mexendo, mudando, e a
gente sente que a Casa está ganhando um ritmo efetivamente mais dinâmico e
proativo.
Mas eu venho lhe fazer um apelo, Presidente, e a
todos os colegas da Mesa, para que nós coloquemos em votação, se possível nesta
semana, os projetos que tramitam na Casa, estejam eles em que estágio
estiverem, que tratem do transporte público. Nós não podemos aqui ficar
discutindo nenhum outro assunto, enquanto a Cidade está parada, enquanto as
pessoas estão tendo que se amontoar nos lotações, enquanto as fábricas estiverem
paradas. Os condomínios, Ver. Bernardino Vendruscolo, estão com vários
problemas de manutenção, assim como os hospitais, que também têm problemas na
manutenção do seu pessoal. É uma situação extrema. Nós precisamos efetivamente
engrenar, engendrar todos os nossos esforços em um único tema: transporte
público, transporte público, transporte público, ou, então, nós não estaremos
cumprindo aqui com o mandato que a população nos deu, que é nos colocar na
linha de frente no embate dos seus interesses. Que nós sejamos os portadores
daquelas dificuldades dos cidadãos. É óbvio que vários problemas são
importantes, mas esse chegou a um limite, e a Cidade precisa sair desse tema.
Eu sei que o Prefeito – aliás, lembrando a expressão que o Governador Olívio,
em certa feita, usou, bastante polêmica –, algumas vezes, escolhe ouvir más
companhias, que vão na linha do discurso que o Ver. Idenir Cecchim aqui fez
hoje, que é um velho hábito. E eu peço desculpas à trajetória de um Partido,
mas me parece que reacende algumas linhas equivocadas de governos do PMDB e de
outros governos aqui no Estado, que resolviam todos os problemas sociais,
políticos, com os trabalhadores, com os servidores, na base da porrada, na base
do cassetete; que colocavam a Brigada Militar como interlocutor político. É
muito fácil: bota a tropa de choque, encerra o assunto e desce o cassete no
trabalhador! Era assim que se fazia, foi assim que o nosso Estado viveu! A
Praça da Matriz com guerras campais, com mortes, com criminalização dos
movimentos, colocando a Brigada contra os movimentos. Essa prática já está
ficando para trás; agora há instituições como a Justiça do Trabalho, como esta
Casa. Acho engraçado, e quero sugerir ao cidadão que nos acompanha que faça um
comparativo dos discursos: quem aponta a causa da crise do transporte no lucro
excessivo dos empresários, e quem fica aqui tentando jogar fumaça no assunto,
tentando fazer com que não seja discutido. Faça essa comparação para ver os
assuntos e os interesses que estão aqui em disputa hoje, vamos enfrentá-los. Eu
realmente espero que o Prefeito, em vez de seguir essa linha belicosa daqueles
que querem lhe jogar em uma guerra campal contra os trabalhadores...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: ...Obrigado pela sua paciência, Presidente. Que
querem jogar o Prefeito contra o Governador, contra a Presidente; querem
que o Prefeito saia brigando com todo mundo – nunca com os empresários! –,
querem linha dura contra a greve, falam grosso contra o Governador; contra os
empresários, nunca! Eu espero, realmente, que o Prefeito não vá nessa linha,
que foi a linha que ele seguiu na semana passada, e fez com que a situação
piorasse ainda mais, entrando nesse caos. Esse é o momento de enfrentar o que
tem de ser enfrentado, que são aqueles que tornam a Cidade refém. E eu espero
que o Prefeito lidere esse processo, Presidente, fazendo um rompimento formal
com esses que veem os seus lucros já acima dos 20%, que se dizem capitalistas,
mas não aceitam a livre concorrência.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para
discutir a Pauta.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Primeiro, eu gostaria de começar debatendo a
questão do Processo nº 3506/13, PLE nº 057/13, que trata da questão da
telefonia móvel em Porto Alegre. O Ver. Reginaldo Pujol falava,
sistematicamente, da CPI da Telefonia, da qual eu fui uma das integrantes,
inclusive aportamos bastante no relatório do Ver. Engº Comassetto com relação à
responsabilização das empresas, das falhas de sinais, das cobranças embutidas
aos usuários nas contas de telefone e da velocidade inferior ao adquirido,
pelos consumidores, que, muitas vezes, chega na casa das pessoas. E nós sabemos
que o Executivo fez um Grupo de Trabalho, mais uma vez, apenas com técnicos e
com a posição política da Prefeitura para tratar da Lei das Antenas. A Lei das
Antenas foi uma conquista da cidade de Porto Alegre quando tentaram colocar uma
antena gigante no bairro Petrópolis, e o Movimento Social e o Movimento
Ambiental conseguiram regular, a partir de uma legislação, a priorização da
vida, da saúde das pessoas. Todos sabemos que a Organização Mundial da Saúde
fala de aumento de incidência de câncer, a partir da exposição das estações de
radiobase. Então um controle com o princípio da precaução é fundamental. E essa
legislação que vigora em Porto Alegre prevê uma série de medidas que resguardam
a questão da saúde, seja a distância das escolas, dos hospitais, seja a
distância entre um antena e outra. E, durante a CPI, todas as vezes em que a
Prefeitura esteve aqui, prezado Presidente, Professor Garcia, se comprometeu em
fazer uma audiência pública. Porque, quando falavam do Grupo de Trabalho, esta
Vereadora sempre questionou o teor dessas alterações e do compromisso de
discussão com a Cidade sobre aquilo que foi construído a partir da mobilização
e da própria discussão da sociedade, dos professores universitários, dos
moradores dos bairros, do Movimento Ambientalista. Então eu já quero deixar
consignada, Ver. Pedro Ruas – eu falo em Pauta, mas tenho certeza que falo em
nome do PSOL –, a nossa posição, primeiro, de que essa matéria tem que ser
tratada amplamente. Quando o Ver. Airto Ferronato fez uma proposta de
alteração, que, na nossa opinião, era um projeto terrível para a Cidade,
fizemos dezenas de audiências na Comissão de Saúde e Meio Ambiente. E o
Vereador, no final, retirou o projeto, a partir do entendimento de que os
Movimentos tinham razão em colocar vários elementos em relação àquele projeto
que tramitava. A Comissão fez, o Presidente era o Ver. Beto Moesch, dezenas de
pautas. E para esse projeto, então apresentado pelo Executivo, nós não queremos
que seja diferente. Pretendemos que a Câmara cumpra o seu papel de debate e não
só de abrir o espaço de debate, mas encaminhar o que a população, o que a
Cidade fala em relação ao controle social e à necessidade de precaução em
relação à exposição das antenas de radiobase.
Por fim, eu não posso deixar de voltar à questão da
principal pauta de hoje, e não só de hoje, desde segunda-feira passada, com
relação à greve dos rodoviários e à situação do transporte coletivo. Nós
debatemos na Comissão Representativa, estivemos na quarta-feira fazendo esse
debate e sexta-feira na reunião de mediação. Eu estive acompanhando a
assembleia, estive acompanhando todo esse processo de discussão e de luta da
categoria e, sobretudo, a intransigência dos empresários em apresentar uma
proposta decente, porque, na verdade, Porto Alegre vive uma crise. As pessoas
dependem do transporte coletivo; há filas enormes; a utilização de lotações que
custa R$ 4,20 cada passagem, e as pessoas não podem utilizar o Tri. Então
existe um problema grave para os trabalhadores no seu deslocamento. A crise no
comércio, que reduziu 50% as suas vendas, e mais, no caso do Tri foi feita uma
ressalva muito importante em ralação a que os empresários também já ganharam
antecipadamente esses valores, quando foram adquiridos e recarregados os
cartões Tri. Então, é inadmissível a intransigência dos empresários.
O Sr. Pedro
Ruas: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Gostaria de dizer
que aqueles veículos vocacionados, inicialmente, para transporte de escolares
estão com tarifa de R$ 5,00, o que é um absurdo completo!
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Obrigada, Presidente, obrigada Ver. Pedro Ruas. E
os veículos, as vans escolares com
uma tarifa de R$ 5,00, e os lotações com R$ 4,20, e as pessoas pagando; a
questão dos táxis, e tudo isso. E, na verdade, os grandes responsáveis por essa
greve são os empresários que não negociam as reivindicações justas dos
trabalhadores. E, como já cansei de repetir desta tribuna, a omissão e muitas
vezes a conivência da Prefeitura Municipal, que, em vez
de pegar a sua caneta e obrigar os empresários a negociarem e falarem da
questão da licitação, com um debate profundo e estruturante do transporte
coletivo, tratou de tentar criminalizar a greve logo depois do seu início, em
vez de tentar resolver o problema social de milhares de trabalhadores
rodoviários, que têm os salários arrochados e da nossa população, que paga uma
tarifa cara e que pena nas paradas, com as superlotações e atrasos nas linhas,
cotidianamente; agora, neste momento, mais ainda.
Muito obrigada.
Espero que, de fato, a luta consiga conquistar uma proposta decente e possamos,
então, respeitar os trabalhadores rodoviários e avançar para o transporte cem
por cento público.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Ver.ª
Fernanda Melchionna, só para a sua informação, tão logo chegou o projeto da
telefonia, fiz um contato com o Conselho Municipal de Ciência e Tecnologia,
convidando para que, numa quinta-feira, possamos debater este assunto com a
sociedade civil e os autores do projeto. Nas quintas-feiras, queremos fazer,
pelo menos em alguns momentos, grandes discussões.
O Ver. Mario Fraga
está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.
O SR. MARIO FRAGA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras, público que nos assiste nas galerias e pela
TVCâmara, venho usar o Tempo de Liderança para falar de um assunto que já foi
tratado por muitos Vereadores hoje, especialmente pelo Ver. Paulinho Motorista.
Venho falar pelo
Governo, com a licença do Ver. Airto Ferronato, que é o nosso Líder, para dar
um relato do que o nosso Governo está tentando fazer, porque já ouvi outro
Vereador falar da situação dos usuários do transporte coletivo da nossa Cidade
que não podem estar sofrendo o que estão sofrendo hoje. Então, nós, do Governo,
o Prefeito Fortunati, junto com o Vice-Prefeito, Sebastião Melo, tomou essa
medida de usar as vans escolares.
Ela, pelo menos posso falar por mim, Ver. Kevin, que hoje retorna à Casa, lá na Zona
Sul, deu um excelente resultado, mas, Ver. Brasinha, faltou ainda uma parte a
ser atendida no Extremo-Sul. Da Sociedade Hípica para cá hoje já não tinha mais
pessoas nas paradas, e, quando tinha – eu vim até devagar para ver, inclusive
dei uma carona para uma pessoa conhecida minha que estava numa parada –, na
Estrada da Serraria com a Estrada do Campo Novo, naquelas redondezas, perto das
8h30min, passou uma van e já levou
todo o pessoal. Então, às 8h30min as paradas já não estavam tão cheias de
pessoas esperando. Quero dar os parabéns ao nosso Governo por ter tomado essa
medida, que não é a solução, Ver.ª Fernanda Melchionna. Queremos a solução: o
retorno do transporte coletivo normal.
Tenho falado aqui – e outros Vereadores também
falaram, inclusive pedi ao Ver. Airto Ferronato para usar este tempo para
tratar disso – que eu acho que teríamos que antecipar essa reunião do Tribunal
de Contas. O Relator é o ex-Deputado Iradir Pietroski, que está com o relatório
da planilha de custos da tarifa de ônibus de Porto Alegre. Repito na TVCâmara:
penso que devemos solicitar ao ex-Deputado Iradir Pietroski, que hoje é o
relator desse tema no Tribunal de Contas – eu o conheço pessoalmente, e hoje
ele não é mais filiado ao PTB, porque não pode, em virtude do cargo – e sei que
ele tem o maior carinho pelas comunidades e pelo ser humano. Então, Ver.
Delegado Cleiton, penso que ele poderia antecipar essa reunião do dia 12, para
nós fazermos alguma coisa – nós, governo –, no sentido de que o Tribunal de
Contas seja contrário ou favorável na sua maioria; no próximo momento do dia
12, eu acho que ficaria muito estranho. Então, penso que deveríamos pedir, e
parece-me que a Ver.ª Lourdes Sprenger também já havia solicitado, uma comissão
para participar dessas negociações com o Sindicato dos Rodoviários.
Eu queria então pedir, Ver. Professor Garcia e Ver.
Idenir Cecchim, que, com a representatividade do Presidente da Casa, fôssemos
ao Tribunal de Contas ver se esse conselheiro pode antecipar a decisão, porque
sem essa decisão o governo está de mãos atadas, Ver. Nereu. Sei que é difícil
pressionar o Tribunal de Contas, mas tenho que fazer um apelo, como muitos
colegas já fizeram, porque todos sabem que eu sou lá do Extremo-Sul, sou de
Belém Novo, tenho uma relação muito forte com o Lami, como também outros
Vereadores da Casa têm, e está impossível até de a van chegar lá, Ver. Paulinho Brum. A van não vai conseguir chegar lá. O que está acontecendo hoje, Ver.
Professor Garcia? Há clandestinos. E faço um alerta: daqui para frente, esta
semana, os clandestinos vão começar a carregar até de caminhonete, de carro, de
van; caminhonete para seis, quatro,
três lugares. As pessoas vão começar a cobrar. E não digo que não se institua,
em Porto Alegre, a moto-táxi, que os motoqueiros não comecem a carregar.
Queria deixar claro, Ver.ª Mônica Leal, e fazer
este pedido ao Presidente da Casa, para que pudéssemos ir ao Tribunal de
Contas. Mesmo que ele antecipe um dia já será uma vantagem muito grande. Se ele
adiantar dois dias, antecipar para a segunda-feira próxima, dia 10, e dizer o que
o Tribunal quer que faça, como o governo vai seguir o Tribunal, já seria
importante. Então, Professor Garcia...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. MARIO FRAGA: ...aproveitando o meu
último segundo, fica este apelo, e, como não pude falar em Pauta, dou meus
parabéns a V. Exa., Ver. Professor Garcia pelo projeto das academias ao ar
livre. Nós já fizemos algumas solicitações na SMAM para que seja instalada, lá
em Belém Novo, na beira da praia, uma academia ao ar livre, já que nós temos
uma ali pertinho, na Serraria. Então, dou meus parabéns a V. Exa. e tenho
certeza de que não é só Belém Novo que precisa dessa academia, mas toda a
Cidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado,
Ver. Mario Fraga. Só quero dizer a V. Exa. que hoje, na reunião de Mesa e
Lideranças, ficou acordado, estamos aguardando a reunião com o Tribunal de
Contas sobre a antecipação. Inclusive o Dr. Miola estava na posse da nova
Presidência do Tribunal de Justiça, e esse foi o tema, entre outros; depois
posso lhe passar o que ficou acordado na reunião de Mesa e Lideranças. Muito
obrigado.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 16h48min.)
* * * * *